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quinta-feira, março 11

Coisas Antigas

Cacilhas

Encontrar no seguinte excerto de crónica jornalística, qualquer semelhança com a actualidade política nacional de 2010, será, obviamente, pura coincidência... ou grande maledicência.
«Temos um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; e este, criado de quarto do moderador; e este, afinal, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

E a Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no Parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.»

(um escrito de Guerra Junqueiro, 1896)

2 comentários:

  1. É verdade. E triste. Constatar que ao fim de 114 anos está tudo na mesma! Mal!

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  2. Nos anos da brasa comi aqui muitas vezes
    As sandes de torresmos eram óptimas.

    VIVA O PROLETARIADO DA MARGEM SUL


    Pinta os lábios de vermelho
    Passa meia hora ao espelho
    Mostra-me do que és capaz
    Hoje é dia de passeio
    E enquanto eu me barbeio
    Passa o pente no rapaz
    A cidade é tão bonita
    Quando vamos de visita
    À saída da portagem
    E mais tarde pela 'linha'
    Bebe-se a brisa marinha
    E aprecia-se a paisagem
    Quando acaba o casario
    Onde não chega o Bugio
    Vem a Boca-do-Inferno
    O mar em contestação
    Se isto é assim no Verão
    O que fará no Inverno
    Mandei vir o que pedias
    Isto um dia são dias
    Na esplanada das muralhas
    Para nós são limonadas
    O rapaz pediu queijadas
    - Cuidado com as migalhas!
    O Sol já se quer deitar
    Está na hora de abalar
    Arrepia-me esta aragem
    Fui onde Deus pôs a mão
    Volto à minha condição
    De regresso à outra margem

    XL

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