Carta de Passeante 1
PRIMEIRO - "A FAINA"
O Ti Jaquim, está de regresso à doca.
Saiu de madrugada, ainda o Sol não iluminava o cimo da torre mais alta da fortaleza sobranceira ao porto de Peniche.
A faina, rendeu pouco. Meia dúzia de choupas, quatro belos bezugos e uns tantos salmonetes pequenotes que ele foi desempachando da rede durante o percurso de regresso a terra. As redes e os covos, que não tinham polvos, já estão arrumadas na frente da bateira.
Vem um bocado atrasado para o almoço. Já passa hora e meia do meio-dia. Mesmo assim, entra na barra sem fazer ondas, respeitando a velocidade máxima permitida - três nós.
A aragem que lhe bate na cara, deixou de cheirar a maresia e faz-lhe agora chegar ao nariz, um apetitoso odor de choquinhos grelhados nas brasas. Vem dali perto da travessa, onde a Dona Arminda toma conta do fogareiro à porta de casa.
Na Travessa da Espera, ela já consegue ver, lá em baixo seu homem conduzindo o batel com o cabelo branco do que sobressai no intenso azul das calmas águas do porto. Ela tem esperança que ele ainda chegue a tempo.
É só prender o barco no molhe e, como o peixe é poucochinho, não precisa de ir para o frigorífico grande. Vai mesmo para o de lá de casa.
Depois, ainda dá tempo para tomar um banho, escanhoar a barba e comer uma bucha antes de vestir o fato, camisa e gravata e pronto. Vai de boleia com a vizinha Bárbara, para assistir à procissão lá no lado norte da cidadela, onde fica, voltada para o mar, a capela do santuário da Nossa Senhora dos Remédios.
No porto de pesca, quando o Ti Jaquim desliga o motor da lancha, já se escuta a música da festa, que vem lá de longe, nas ondas da nortada ligeira que hoje sopra morna.
Entretanto uma salva de foguetes atroa os ares. Já é a segunda. A primeira, ele não ouviu, mas viu o fumo das explosões no céu azul, por cima da alta falésia, quando recolhia os últimos covos lá bem ao largo, frente à Varanda de Pilatos.
Saiu de madrugada, ainda o Sol não iluminava o cimo da torre mais alta da fortaleza sobranceira ao porto de Peniche.
A faina, rendeu pouco. Meia dúzia de choupas, quatro belos bezugos e uns tantos salmonetes pequenotes que ele foi desempachando da rede durante o percurso de regresso a terra. As redes e os covos, que não tinham polvos, já estão arrumadas na frente da bateira.
Vem um bocado atrasado para o almoço. Já passa hora e meia do meio-dia. Mesmo assim, entra na barra sem fazer ondas, respeitando a velocidade máxima permitida - três nós.
A aragem que lhe bate na cara, deixou de cheirar a maresia e faz-lhe agora chegar ao nariz, um apetitoso odor de choquinhos grelhados nas brasas. Vem dali perto da travessa, onde a Dona Arminda toma conta do fogareiro à porta de casa.
Na Travessa da Espera, ela já consegue ver, lá em baixo seu homem conduzindo o batel com o cabelo branco do que sobressai no intenso azul das calmas águas do porto. Ela tem esperança que ele ainda chegue a tempo.
É só prender o barco no molhe e, como o peixe é poucochinho, não precisa de ir para o frigorífico grande. Vai mesmo para o de lá de casa.
Depois, ainda dá tempo para tomar um banho, escanhoar a barba e comer uma bucha antes de vestir o fato, camisa e gravata e pronto. Vai de boleia com a vizinha Bárbara, para assistir à procissão lá no lado norte da cidadela, onde fica, voltada para o mar, a capela do santuário da Nossa Senhora dos Remédios.
No porto de pesca, quando o Ti Jaquim desliga o motor da lancha, já se escuta a música da festa, que vem lá de longe, nas ondas da nortada ligeira que hoje sopra morna.
Entretanto uma salva de foguetes atroa os ares. Já é a segunda. A primeira, ele não ouviu, mas viu o fumo das explosões no céu azul, por cima da alta falésia, quando recolhia os últimos covos lá bem ao largo, frente à Varanda de Pilatos.
2 Comentários:
Meu querido Gigi.
Adorei a faina. Os teus tempos de lazer, ficarão mais enriquecidos com os neurónio s a trabalhar no limite da imaginação.
Este é o Gigi que eu gosto, não aquele do desespero.
Sim senhor.. Bonito. :)
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