sexta-feira, novembro 12

Zé Machão (1)

o último (i)migrante na Porcalhota.

A cena que recordo, parece retirada dos "Malucos do Riso", mas aconteceu mesmo:

- Há 20 e tal anos, durante o PREC do 25 de Abril.
- No átrio da entrada principal da Sociedade Filarmónica.

Curiosamente, os três intérpretes são naturais de terras de Mineiros. São elas respectivamente, Aljustrel, S. Domingos e Panasqueira.

1º personagem - mais à direita na foto: José A. P. Revês, o "Zé Machão" naquele tempo, "paquete" em Lisboa de uma importante multinacional, muito bem composto no seu fatinho e gravata como sempre, com a mão no bolso das calças a "morder" as "garinas" que passavam na rua. A sua relação como o grupo do pessoal da Porcalhota foi como que tangencial (no tempo e no espaço), mas foi muito marcante e deixou boas memórias. Foi o último de nós todos a migrar (do Alentejo) para a Porcalhota e talvez por isso, mostrou sempre uma certa ansiedade de integração nos usos e costumes do grupo e da cidade e uma grande vontade de recuperação do atraso e vencer na vida. Por isso elegeu como parceiro predilecto das horas vagas e saídas para fora da Porcalhota, alguém com uma forte personalidade.
2º personagem - mais à esquerda na foto: Francisco Luís, o Xico Luís, também ele imigrante do Alentejo, mas há muito mais tempo integrado no meio artístico da Porcalhota e arredores, pensador, com grande facilidade de expressão (sobretudo dramática), imaginação quanto baste, uma voz que não passava despercebida e uma notável maleabilidade para imitações. Só podia ser… político ou vendedor. Antes do 25 de Abril a Política era só para alguns mas depois da revolução ele militou num partido de esquerda operária com sede na Porcalhota. Porém a Política ficou um bocado complicada, de modo que ainda é um vendedor bem sucedido. Também naquele tempo teve os seus sucessos nas artes de palco e de bem cortejar donzelas.
3º personagem - Joaquim Ribeiro, "O Freitas", outro imigrante mas da Beira-Baixa, que dispensa apresentações - por agora -, naquela altura remava contra a maré porque expunha abertamente as suas ideias (ainda hoje) convictas mas que destoavam das da maioria do pessoal. Era por isso o “reaccionário” e cognominado de acordo com o mais destacado dirigente partidário da direita daquela altura.
... a descrição segue dentro de alguns dias (ou blogs), quando a porra da minha ligação à porcaria da Internet estiver a funcionar melhor!

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

15/11/04, 15:27  

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