sábado, abril 30

Leilões de Arte

O último leilão.
Não tenho nem um quadro do mestre J. Amaro, nem a óleo, nem acrílico, nem a tinta de água, nem recente nem mais antigo. Gostava bem de ter um daqueles do tempo em que “a quadrilha" (segundo as bocas de alguma vizinhança) se reunia quase todas as noites, no Café Painel e mais tarde Galeria Giotto.
Dos que foram leiloados antes da malfadada noite em que os inspectores da “judite resolveram participar” no leilão e açambarcar todas as obras de arte presentes na galeria, não dando mais hipótese a ninguém. A ninguém, mentira, o Chico Teixeira que chegou atrasado à sessão, entrou na Galeria, e sem saber o que na realidade se passava, anunciou dirigindo-se ao pregoeiro (JC):
- “Boa noite, o meu nome é Francisco Teixeira, dou 200 Escudos.”

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Na próxima 2ªfeira vou contar esta história, para que toda a gente perceba. É bem gira!
Quim

29/04/05, 20:02  
Anonymous Anónimo disse...

Meus Amigos GRANDES bacadihos.
QUE SAUDADES.

ABRAÇOS
Marcelo

29/04/05, 21:50  
Anonymous Anónimo disse...

Este Café Painel, hoje Churrasqueira, (frente à Sociedade) era o nosso ninho de refúgio, de víboras para alguns, que não entendiam o que tinhamos nós para fazer naquele local todas as noites.
O encontro era ali, porque o dono, o grande Júlio Amaro Houdini, pintor, desenhador, escultor, encenador, actor, coreografo, escritor, ensaista, uff !!! ... era cima de tudo um grande orador, logo prendia-nos com a sabedoria das suas palavras e experiências vividas.
Era costume realizarem-se leilões, da pintura que o multifacetado génio ia debitando, às vezes um tanto ao sabor dum interesse comercial imediato, pois era tempo de vacas magras.
Estava combinado entre nós, que de vez em quando, em funçaõ da perspicácia de cada um, deveríamos lícitar dando assim um cunho de interesse e disputa por determinada obra, no sentido de fazer subir a cotação da mesma..
Ora, um dia, em pleno leilão, entra de rompante a Polícia Judiciária, encerrando o estabelecimento, no sentido de não deixar sair ninguém. Éramos pouco mais de poucos, e eis que chega entretanto o Xico Teixeira que vendo a porta encerrada, faz uso do seu toque criptado com os nós dos dedos da mão direita, na vitrine do Painel, por instantes transformada em Galeria de Arte. Várias mãos lhe acenam dizendo que não pode entrar e perante a sua insistência é a própria PJ que lhe abre porta.
Nessa altura, o pregoeiro, Júlio César, ia dizendo... - está em duzentos escudos, uma, está em duzentos escudos, duas ...
Não teve tempo de terminar pois o nosso querido Xico, ainda na soleira da porta, faz ecoar a sua voz. - Boa tarde, duzentos e cinquenta!
Fomos todos engavetados, sendo libertados algumas horas depois, e após verficação de que se tratava afinal de bons rapazes. Claro que o Amaro, como dono do covil, foi retido por alguns dias, ficando os "judites" a chuchar no dedo, pois provou-se ser aqule local, apenas a sede duma tertúlia que ainda perdura.
Grande Amaro, ainda hoje estamos "presos" a ti.
Liberta-nos, com a tua sapiência!
Quim

02/05/05, 09:35  

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