quarta-feira, maio 17

RADICAL


Meu velho amigo e antigo companheiro de faenas gastronómicas pelos arredores de Lisboa e investidas nocturnas pela cidade, que tinham natural início na extinta Tasca do Zé Duarte no alto de St. Amaro ou simplesmente no balcão do Galeto na Av. da República:
- o Manuel O. C. de Carvalho, fez parte da minha 1ª equipa de operadores de emissão nos Estúdios da RTP na Alameda, alguns anos antes do 25 de Abril de 1974.
Um Ribatejano de gema, que não gostava de touradas, calmo, concentrado e infalível no trabalho, seguro de si e das suas ideias, defendia invariavelmente os direitos dos camaradas de equipa contra as prepotências que, no tempo da outra senhora, eram frequentes por parte das chefias.
Trabalhava, estudava, trabalhou, estudou, trabalhando e estudando, formou-se em Advocacia e seguindo a crença natural (a defesa dos mais fracos) iniciou o exercíco no Sindicato em que estava filiado.
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E esta podia ser uma história com um final feliz, mas infelizmente, não é assim.
Há coisa de 10 anos ou mais, reencontrei o meu ex-amigo-colega-companheiro, ainda em serviço nos Estúdios da RTP. Comecei por estranhar o seu ar mais sorumbático do que era habitual e o cumprimento muito pouco efusivo que recebi, mas lá perguntei, "o que fazes aqui, como vai a vida?"
A resposta foi, como o encontro, breve e amarga. Cabisbaixo, o amigo Carvalho, virou costas e foi dizendo enquanto flanqueava a porta da Central Técnica, " Isto só à bomba, isto só à bomba..!"
Fiquei paralítico da cabeça e passado um bocado lá fui andando... e esquecendo, até hoje.

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Infelizmente a p... da vida tem destes merdas.

17/05/06, 22:31  
Anonymous Anónimo disse...

Qual será o grupo terrorista do animal?
fr

18/05/06, 11:13  
Anonymous Anónimo disse...

Caro amigo fr,
cuidado eles andão ai.
abraço

18/05/06, 18:20  

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