quarta-feira, novembro 29

Batalhas (6)

o Castro da Cola


(Crónicas da Batalha de Ourique, por Júlio Amaro)

Há uma coisa que os bloguistas sempre se esquecem de fazer: que é, darem um pouco mais de seriedade aos assuntos abordados.

Não sei quem se lembrou de inserir na selecção de portugueses ilustres, o nome de Afonso Henriques. Só sei que ao fazê-lo esqueceram-se que estavam a debruçar-se sobre um dos maiores mentirosos da história.

É que ele, o Afonso, ficava-se nos montes fronteiros às batalhas, aguardando o desenrolar dessas lutas fraticidas porque afinal todos somos mouros e, na mais famosa batalha, a de Ourique, as mentiras desse cavalheiro atingiram o máximo.

É que ele deixou propalar a notícia mirabolante de que Jesus Cristo lhe tinha aparecido e que lhe ia dar bençãos para que a vitória sobre os sarracenos acontecesse.
Na verdade quem lhe apareceu, foi um homem natural do termo de Silves de nome "Magui" e a quem os habitantes desse termo consideravam o Messias. Deve dizer-se que os habitantes do termo em questão eram mouros, árabes e judeus, sendo fácil a estas raças admitir que Magui era na verdade o Messias por nunca terem acreditado que Jesus Cristo o fosse.

D. Afonso Henriques, deu ensanchas aos seus cronistas para que eles até inventassem um anjo anunciador desse encontro entre o rei e o Magui, no Castro da Cola, bem próximo de Ourique.
Para desfazer esta mentira, deve dizer-se que quem anunciou o encontro do Magui com o menino Afonso, foi um soldado que vivia no castelo de Silves.
E a história termina assim:
Quando o nosso rei recebe o Magui, fica impressonado com a proposta que este lhe levava, proposta essa que não tinha nada a ver com bençãos nem com vitórias, mas sim com o seu conselho para que a batalha não acontecesse.
O rei, impressionado com a atitude daquele homem bom, oferece-lhe uma espada e este, contente da vida, porque o mentiroso lhe prometeu não terçar armas em Ourique regressa a Silves, mas ao entrar no castelo, por má sina sua, é acusado de traidor, sendo logo ali assassinado pelos seus, com a própria espada que o rei lhe havia oferecido.

Esta é a história verdadeira que é contada pelos cronistas árabes que chamavam a D. AFONSO HENRIQUES, "O CÃO MENTIROSO".
(continua..)

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