domingo, janeiro 27

Arquitecturas (1959)


Mais uma de arquitectura religiosa.
Interior da Igreja de S. Domingos em Lisboa, destruída por um incêndio há quase 50 anos. Eu tinha os meus 10 anos, mas ficaram bem gravadas na minha memória, as imagens daquela quentíssima noite do verão de 1959.

Isto a propósito de, ao passar há pouco, no Largo de S. Domingos, duas coisas fora do comum, chamaram a minha atenção:
  1. Havia clientes, de copo na mão, encostados à ombreira da porta da "GINJINHA" - estava aberta – pelos vistos reabriu!
  2. Havia mendigos, de mão estendida, instalados à porta da Igreja - estava aberta – pelos vistos também reabriu!

De repente pensei que não me lembrava de ter visto aquele monumento por dentro, depois do incêndio e resolvi entrar para avaliar a extensão dos estragos da catástrofe.
Impressionante! Só visto! Todo o mármore polícromo, está da mesma cor – negro de fumo. A temperatura do fogo, derreteu estátuas de pedra, no Altar, como se fossem de cera..!
Uma vez lá dentro, fiquei com uma dúvida – não tinha ideia nenhuma de alguma vez lá ter entrado, nem antes nem depois do fogo, nestes anos todos, em que passei milhares de vezes por este largo da Baixa lisboeta...

Perguntei:
Não percebo? Eu gosto de visitar os templos católicos antigos, sinto-me bem no seu interior; porque nunca entrei neste?
Resposta:
Só há muito pouco tempo é que a igreja recuperada (mas pouco, apenas limpa e recoberta) abriu para os fiéis e para o público em geral.

4 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Também eu costumo entrar em todos os templos, pagãos ou cristãos.
Mas, julgo que não esteve assim tantos anos fechada ao público.Há pelo menos uma dezena de anos que a visitei e já funcionava, como desde há quase há mil anos.
A propósito, foi nesta Igreja que foi aclamado o Mestre de Avis. No terramoto de 1755, acontecido à hora da celebração da missa, muitos fiéis ali terão perecido, tal como em toda a restante baixa pombalina.

28/01/08, 13:59  
Anonymous Anónimo disse...

Conheci a Igreja de São Domingos em todo o sua beleza, tinha 11 anos, Fiquei esmagada pela maravilha, pela perfeição que vi.
Quando ardeu, 4 anos depois, chorei de desgosto e de revolta, por tal ter acontecido. Nunca mais lá entrei. Quero continuar a vê-la como a vi, em todo o seu esplendor. Ainda hoje me custa ir ao Chiado, depois do fogo. Está lindo, é verdade. Mas já não é o Chiado "Que as meninas desciam à tardinha a mostrar os seus vestidos" (isto é de uma canção não sei de quem)
Maria

29/01/08, 13:42  
Anonymous Anónimo disse...

Quero deixar aqui um aparte de que a Igreja de São Domingos sempre esteve aberta, a entrada era feita pelo lado da Rua da Palma, frente ao Hotel Mundial. Andei lá na catequese, fiz lá tudo, o que manda a religião católica,1ª comunhão,crisma, comunhão solene, tudo como mandavam as regras.Eu ia fazer 10 anos aquando do incêndio, visto ter sido no verão e eu fazer anos em Setembro. Recordo da "birra" que fiz, para ir salvar o menino jesus, da minha casa via as labaredas e se não me tivessem "amarrado" eu tinha entrado pelas chamas dentro para salvar o meu lindo menino Jesus.Depois do incêndio fechou por uns tempos,sei que nunca mais voltei a entrar pela Rua da Palma e sim pelo Rossio/Barros Queirós.Por vezes ainda lá vou mas custa-me muito ver no estado lastimoso em que ficou. Eu era das que ia para lá fazer hóstias e comia as aparas :) Aos domingos tínhamos uma carcaça com marmelada e café com leite. O que quero dizer é que a Igreja antes do incêndio, nunca estava fechada, pelo menos pelo lado em que eu entrava.Saudades desses tempos de menina ladina :D

13/04/14, 01:15  
Anonymous Anónimo disse...

Saudade da minha querida e antiga baixa pombalina. Fui tão feliz lá. Agora custa-me ir lá, aquela entrada do Rossio /Barros Queirós, tiram-me anos de vida. Não gosto do que vejo...

13/04/14, 01:22  

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