domingo, dezembro 19

Automóvel, made in Porcalhota

Modelo Topo de Gama.
Componentes:
Um bocado de Arame de Fardo - rodas, eixo, tripé e volante).
Uma Cana meio seca (limpa e cortada à medida do condutor)- o chassis.
Duas ou três Caricas - conforme o tipo de direcção (assistida ou não) e da suspensão.
Uma Rolha de Cortiça ou uma Bolota dos Carrascos do mato - manete das mudanças.
Uma Lata de Conservas - o porta bagagens.
E depois era preciso pernas para acelerar e jeitinho para evitar amachucar as "jantes" nos buracos dos caminhos dos arredores da Porcalhota.
Os melhores aceleras da época:
Marcolino (da oficina de automóveis por trás do prédio do Caneças);
Guilherme (e Raimundo, dos Bainetas);
Zé Augusto (e Carlitos, filhos da D. Augusta);
Entre os mais desajeitados encontrava-se António "Calmeirão" (irmão do Júlio Gomes, morava nas casas do páteo do "Cabra Alta" , o da fábrica dos cordões).
Entre os séniors da altura, que me lembro, havia o Pedro Carranquinha (do Casal no Bairro das Cruzes) que trabalava na fábrica do "Cabra Alta" e o Fernando Ministro "o Morto".

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