Sheik das Berlengas
Finalamente uma fotografia original (1979) do Sheik das Berlengas, que naquele tempo, e naquelas paragens, escrevia:
Sinto o remar da vida contra a personalidade
Sinto o odor corporal das algas do pensamento
Tenho medo do silêncio das sombras e das bocas
As almas compradas na feira dos desentendidos
Pássaro esguio de bico amarelo pára de procurar
Não sobe, não sofre, não teme, não recupera, não não
Tens a chuva a subir no termómetro cheio de mar
Mar com amor sal sol plexo amplexo lunar
e nesse fim de tarde e fim de Setembro, finalmente ela chegou, passageira clandestina, numa traineira à deriva.
2 Comentários:
Porque vou estar hoje todo o dia nas Berlengas a acompanhar o mergulho do pessoal da Rota do Mar.
Se o estado do tempo e do mar deixarem.
Bem te procurei entre esse sol plexo e o amplexo lunar, não te sabendo a vogar nas ondas que eu nunca quis.
Até os Sheiks, nascem em algum lado. Tu tiveste o condão de o fazer aí nesse mar sempre revolto, mas que emana o silêncio e a contemplação que tanta falta te fazem.
Daí, abre os braços ao céu e grita ao mundo:- Sou um homem renascido da(s) cinza(s).
A clandestina chegou nessa tarde de Setembro e ainda hoje é vista, em dias acizentados, à deriva, entre a confluência do oceano e a ribeira de Massamá.
Quim
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