segunda-feira, maio 19

O Sonso, o Santo e o Corno


(História da Igreja da Memória)

O lançamento da Primeira Pedra, foi feito por El-Rei D. José I, no dia em que comemorava dois anos sobre o atentado de que foi vítima naquele mesmo lugar.
Sua Majestade (o único Zé das dinastias de Portugal) não era nenhum santinho; era um sonsinho que curtia à socapa, a "night" de Lisboa - talvez cliente certo de alguma Casa de Fado do Bairro e certos Bares do Cais do Sodré.
O valdevino, tinha a complacência da sua D. Mariana; tinha fartura de carcanhol (das minas do Brasil) para esbanjar à vontadinha e tinha um Primeiro Ministro para lhe governar o Reino com toda a mestria; portanto, com a vidinha facilitada por demais, era sempre a aviar, nas escapadelas nocturnas.

Ora, até aí, tudo bem. O problema foi quando ele resolveu partilhar os seus devaneios extra-matrimoniais com uma amiga casada com um nobre da linhagem dos Távoras.
Parece que, o desgraçado marido não achou graça nenhuma a esta actividade post-laboral de sua Graça Real e resolveu, ao que dizem, tratar pessoalmente do assunto. Depois de perder a transmontana, o fidalgo Transmontano, foi à Feira de Relógio comprar uma pistola ao cigano, e esperou sentado pela ocasião mais propícia para lavar a (des)honra da família.
Naquela noite quente de Setembro, escondido atrás duma árvore, no sítio onde hoje é o Largo da Memória, o consorte da D. Teresa de Távora, despejou o carregador da pistola sobre a carruagem que transportava o Rei, após mais uma noitada nas Docas, de regresso à sua Tenda de Campismo, no Monsanto, onde passou a viver após ter escapado ao Terramoto de 1755.

O resto da história já conhecem - Sua Alteza, o sonsinho, cheio de sorte, mais uma vez, escapou de boa, só com um tiro de raspão e prometeu até deixar de fumar e construir uma igreja naquele local.
O consorte é que teve azar, pois o Sr. Ministro, o santinho, accionando a bem lubrificada engrenagem da máquina da justiça da época, conseguiu, em tempo útil, uma sentença do tribunal para tratar da saúde ao corno. E, afim de prevenir o perigo de contágio, e melhorar a situação do erário real, aproveitou a deixa para mandar limpar o sarampo aos restantes varões da família Távora, dado que eles constituiam uma verdadeira ameaça à saúde pública.

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2 Comentários:

Blogger Kim disse...

Coitados dos Távoras!
A seguir foi a degola dos inocentes.

19/05/08, 23:37  
Anonymous Anónimo disse...

D. joséI condenou os Távoras e o Duque de Aveiro ao suplício.A vingativa e satânica sanha do Marquês não se contentou com o vexame público com baraço e pregão à Praça do Cais,em Belém onde tiveram morte horrorosa,sujeitos aos maiores suplícios e a serem os restos mortais queimados e as cinzas deitadas ao mar.

Drama emocional e político, o ainda hipotético atentado contra D. José I após uma aventura amorosa do rei, mas instigado pelo Marquês de Pombal sacudiu na nossa frguesia e concelho com novo impacto na vida de Samora Correia.
«Chancelarias da Casa Infantado e de D. Pedro IV»

20/05/08, 09:52  

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