Gata Borralheira
A manhã começou com uma chuvinha miudinha, chata, quase invisível, mas, logo passou e o resto do dia justificou o velho adágio, "Não há Sábado sem Sol".
Por isso, a nossa "Gata Borralheira" ("Cinderela", para os brasileiros) aproveitou o dia de folga para fazer a barrela lá em casa. Ei-la a dispor os seus trapinhos para secar, no estendal da roupa.
Enquanto observei a actividade desta pequena, sentado num miradouro sobre o velho casario dum bairro típico, não consegui deixar de sentir aquela impressãozinha esquisita que costuma acometer (alguns de nós) quando olhamos para baixo, à beira de um precipício ou na varanda de um andar muito alto.
O terraço onde a menina se movimenta, terá cerca de um metro, desde a janela até ao beiral do telhado - basta uma escorregadela para a prendada Cinderela se despencar desde as alturas das águas-furtadas daquele quinto andar até ao chão de pedras negras da calçada.
Apetecia-me gritar-lhe e acenar, cá de longe, para ela sair dali mas contive-me com receio de a distrair ou assustar.
1 Comentários:
E ainda há quem pense que, ser fada do lar, é fácil! No caso da tua "Gata borralheira", é profissão de alto risco.
Maria
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