Tapa-furos

Fui à oficina do costume (perto do Palácio de Queluz) para reparar a desgraça que se vê na imagem.
«As câmaras de ar modernas são mais plástico do que borracha. Não se remendam, substituem-se e pronto, deitam-se para o lixo. Já nem servem para fazer elásticos para as fisgas.»
Disse o mecânico, um velho amigo (e ciclista) que foi da Porcalhota. Quando lhe contei que por causa daquele furo, tinha andado uma hora (5 kms) com a bicicleta às costas, e que por isso estava a pensar comprar um "spray anti-furo", ele contou-me uma história da Porcalhota.

«Trabalhava na "Central da Amadora", um tal de "Zé Brás" - não conheci - que há mais de 4O anos, inventou um sistema de "tapa-furos" de emergência para os pneus da bicicleta.
Tratava-se de uma garrafinha contendo um líquido sobre-pressurizado que ao ser injectado dentro da câmara de ar do pneu se convertia numa espuma, que se expandia preenchendo todo o interior do pneu, conferindo-lhe desse modo, a resistência suficiente para circular durante alguns quilómetros até uma oficina ou outro local para reparação de furos.
Mas... parece que a ideia não pegou. Naqueles tempos, a antiga Porcalhota, ficava longe do mundo. Não havia condições para um inventor, desenvolver e levar de vencida um projecto próprio, por mais inovador que fosse.»

No entanto, hoje, a maioria(*) dos cicloturistas transporta na mochila a latinha de "spray anti-furo".

(*)Aqui o nosss "Fotociclista" ainda não faz parte dessa maioria.