terça-feira, setembro 15

a margem


Aqui em frente, do lado de lá do rio, é a estação de COVELINHAS.
«Situada na margem esquerda do Douro...», é o que se pode ler no sítio internet da C.M. da Régua.
a) Esquerda porque fica à esquerda de quem sobe o rio.
b) Mas para quem desce a corrente, é a margem direita.
c) E para quem estiver aqui, quietinho, nem a subir nem a descer, a Aldeia de Covelinhas, fica... do lado de lá, na outra margem, claro!

Ui!!! Se o meu velho professor da "Instrução Primária" ouvisse uma coisa destas, ficava com as sobrancelhas ainda mais hirsutas que o normal e sacava da sua Dona Balbina (a tal régua de madeira com ou sem furinhos, nacionalmente conhecida por "palmatória") para aplicar o correctivo - umas quantas reguadas para recordar aos rapazes que «as margens de um rio não mudam de nome consoante o lugar onde nos encontramos, nem com o sentido da nossa deslocação».
Mas isso são águas passadas, coisas de antigamente (já lá vão tantas décadas) que me parece já não fazerem muito sentido, aqui nestas paragens do norte, onde reina uma certa confusão entre montante e juzante.
Afinal não são só
«os Loucos de Lisboa que nos fazem duvidar, a Terra gira ao contrário e os rios nascem no mar».
Ora nem mais,
eu percebi tudo quando no outro dia, em Favaios, perguntei qual era o melhor caminho para Lisboa e me disseram:
«ó home, você vai daqui até lá acima ao Porto e depois...»
Para o pessoal do Norte, mesmo estando no Alto Minho ou no Alto Douro, o Porto fica sempre para cima.
«Ora bem. O Porto é que é... carago!»

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