Coisas Antigas
Cacilhas
Encontrar no seguinte excerto de crónica jornalística, qualquer semelhança com a actualidade política nacional de 2010, será, obviamente, pura coincidência... ou grande maledicência.
«Temos um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; e este, criado de quarto do moderador; e este, afinal, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
E a Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no Parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.»
(um escrito de Guerra Junqueiro, 1896)
2 Comentários:
É verdade. E triste. Constatar que ao fim de 114 anos está tudo na mesma! Mal!
Nos anos da brasa comi aqui muitas vezes
As sandes de torresmos eram óptimas.
VIVA O PROLETARIADO DA MARGEM SUL
Pinta os lábios de vermelho
Passa meia hora ao espelho
Mostra-me do que és capaz
Hoje é dia de passeio
E enquanto eu me barbeio
Passa o pente no rapaz
A cidade é tão bonita
Quando vamos de visita
À saída da portagem
E mais tarde pela 'linha'
Bebe-se a brisa marinha
E aprecia-se a paisagem
Quando acaba o casario
Onde não chega o Bugio
Vem a Boca-do-Inferno
O mar em contestação
Se isto é assim no Verão
O que fará no Inverno
Mandei vir o que pedias
Isto um dia são dias
Na esplanada das muralhas
Para nós são limonadas
O rapaz pediu queijadas
- Cuidado com as migalhas!
O Sol já se quer deitar
Está na hora de abalar
Arrepia-me esta aragem
Fui onde Deus pôs a mão
Volto à minha condição
De regresso à outra margem
XL
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