Elmano Sadino
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Um comentário d'O Cristo – “De onde viemos? Para onde vamos? Onde é que isto vai parar?” – colocado no anterior Post "Socrates ou Santana", fez-me recordar o meu Professor da 4ª Classe no Colégio Lusitano (o Sr. Pinto, morava junto à Praça de Queluz) e um episódio que ele contou numa aula de Português.
É espantoso, ainda hoje me pergunto porque é que fixei para sempre uma coisa, tão sem importância. A mente humana, a memória, a imaginação, têm meandros estranhos! Mas adiante, a história que ele contou:
- Nos tempos que sucederam à Revolução Francesa, a polícia política (já havia PIDE em 1790) do Intendente Pina Manique, procurou controlar os movimentos dos intelectuais (esquerdistas) em Lisboa. Uma certa noite no Chiado o nosso Bocage foi abordado por um encapuçado que lhe aponta uma pistola e pergunta ameaçador:
- "Quem és, d’onde vens e para onde vais?"
Resposta pronta do Poeta:
Sou Bocage, Poeta fecundo.
Venho do Café Nicola.
E vou p’ró outro mundo,
Se disparas a pistola.
2 Comentários:
Pina Manique - hoje toda a gente reconhece o nome do criador da Casa Pia de Lisboa.
Mas este aprendiz de Salazar, tem em Lisboa outro local que homenageia e muito bem, a sua memória: O Largo do Intendente.
E esta, hein?
É verdade sim senhor!
Intendente Pina Manique. Um grande homem, mas também um grande filho da ... mãe!!!
Já Bocage não sou!
Como versejava o Xico Luis, citando Mário Pereira:
Da minha janela à tua
Vai um passo de distância
Tem cautela, não escorregues
Nessa casca de melância
Atenção ao trocadalho do carilho
Quim
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