A Ti Virgínia

e o Ti Chico.

Para lá desta porta, sempre aberta para os amigos e vizinhos, havia apenas duas divisões, onde morava o mais pobre casal de inquilinos da D. Efigénia (a dona da Quinta). Genuínos representantes da região Saloia (com burro e carroça), viviam dos produtos da horta que regavam com água, retirada com a picota, do rio da Porcalhota, ali mesmo junto ao que era o arco maior do Aqueduto. De vez em quando lá havia um petisco extra, um coelhito bravo ou até uma cobra guizada, que eu cheguei a provar sem saber o que era.

À Ti Virgínia, devo talvez uns 50 anos de vida. Foi ela, que com uma genica extrarordinária, me carregou no colo levando-me numa corrida desde a minha Tasca até ao posto dos Bombeiros. Completamente inanimado, sem sentidos nenhuns, tive que levar 2 injecções na veia para readquirir a consciência. Ninguém tinha percebido que eu tinha emborcado uns quantos litros, directamente do barril, com a boca debaixo da torneira, a provar o vinho (branco) novo.

Foi de tal maneira que só consegui voltar a beber vinho quando estava na tropa.