Fanfas, parte III
Interior da Capela do Mosteiro de Pitões - o que resta.
Fanfas e o Lobisomem
Entretanto o coitado do Chico ia andando e pensando no problema das sombras sem descortinar uma solução para o caso. A pouco e pouco, quanto mais pensava, mais acelerava o passo e foi acelerando, acelerando até que, sem dar por isso estava quase a correr.
As sombras continuavam. A dada altura ele percebeu que havia duas coisas invulgares numa das sombras:
Primeiro, a sombra extra, não começava no chão no mesmo sítio onde estavam os seus pés como seria normal, mas sim um bocado mais afastada;
Segundo, era uma sombra que respirava, porque começou a ouvir atrás de si o arfar de uma respiração e a sentir na nuca um bafo de ar quente.
Alguém, concluiu ele, por sinal com muito mau hálito, o seguia mesmo colado nas suas costas.
O nosso amigo Chico, tentando controlar o terror que o invadia, encontrou na sua imaginação uma derradeira hipótese de explicação plausível para o que estava a acontecer. Estacou, e sem se voltar disse:
“ – Pronto, ó pessoal já percebi, chega de brincar aos apanhados do “Follow Me” andando grudado em mim. Vá lá, apareçam e mostrem onde está a câmara oculta. Eu, não sei escrever mas assino de cruz o papel a autorizar a emissão das imagens na TV”.
A resposta, só chegou passados alguns segundos de silêncio, o suspense próprio da situação, uma eternidade:
“ – Ó Chico, grande anormal que tu me saíste. Não percebes que estamos em 1950 e em Portugal ainda não há Televisão. Alé disso, dahhh… “
continua
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