terça-feira, outubro 31

Nota de Viagem - 1



Lá fui andando, Alentejo "a fora", fugindo da solidão em que me encontrava, no meio da sociedade;
Mas ó contradição do caraças, fui esbarrando pelo caminho com as memórias dos amigos da sociedade
;

Foi assim que, no Sábado com o sol já em queda livre atrás do casario branco, parei para jantar.
Agora, adivinhem, quem foi que me fez companhia durante o jantar?

Quem foi que assaltou a minha memória logo na primeira paragem no Alto Alentejo?

Aqui deixo duas dicas para identificar o sujeito - a 2ª era mais que suficiente para ele se acusar:

  1. a paragem foi no Escoural, terra da pequena gruta com gravuras pré-históricas;
  2. no "Cholina", dezoito anos depois, voltei a jantar um saboroso Ensopado de Borrego;

7 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Oh Gigi, não me digas que só te faltou "abanar o capacete".
Sou uma espécie de sombra de ti. Onde quer que vás, há sempre um qualquer episódio, que um amigo nunca deixa morrer.
Havemos de ser velhinhos e recontar as nossas já gastas "estórias", pincelando cada uma com a cor que aprouver.
Para que ainda não sabe, eu conto:
Um dia, no tempo em que os animais falavam, fomos dar uma volta por esse Alentejo fora.
Chegados ao Escoural, já que os dois somos doidinhos por arqueologia, tentámos visitar a gruta. Como a mesma se encontrasse fechada, fomos a casa do guardião do templo, e na sua "pasteleira pachorrenta" lá nos veio abrir a porta da dita.
Passada que foi a curiosidade e alimentada a escadaria da sipiência, eis que o estômago do Gigi, toca a rebate.
Virando o faro para a cercanias,(pudera. não havia mais nada por perto) despertou-nos o letreiro dum restaurante que alardeava o seu famoso ensopado de borrego.
Claro que o Gigi, torceu o nariz e ficámos a saber que tal iguaria não estava nos seus planos.
Cedo enfrentou a realidade, não sem antes, vociferar raios e coriscos com o cheiro de tal repasto que até virava as tripas dum morto. Não havia mais escolha. Se só há ensopado, venha ele.
E sabem uma coisa? O Gigi, comeu e chorou por mais. E ainda hoje, nas noites de lua cheia, uma moira encantada, trauteia os impropérios porcalhotianos deste nosso amigo.

31/10/06, 16:56  
Anonymous Anónimo disse...

A propósito dos amigos da SFRAA, tenho de recordar aqui que, quando nessa altura, há 36 anos, eu tinha o dobro da idade deles, abusava dos meus conselhos e dos meus conceitos.
Era o caso de que, quando todos estavam reunidos à minha volta, nos momentos em que eu pintava, aparecia de vez em quando algum deles, dizendo: - alguém quer ir para os "ossos"? Logo eu saltava com os meus ditâmes conselheirais, dizendo: - é pá, não faças isso, fica aqui. Estamos aqui todos em sossego e tu queres ir para uma situação onde vais perder o teu dinheiro. Deixa-te da batota!
Invariavelmente, o "atingido" ao voltar dos "ossos" vinha, umas vezes, de monco caído, outras vezes eufórico.
Quando vinha de monco caído, eu dizia-lhe: - eu não te avisei? Ficaste teso! Mas, das outras,nos seus momentos de euforia, porque, bolsos cheios, nem me deixava falar. Convidava todo o mundo para ir comer gambas ou passarinhos fritos, no Damião de Sete-Rios e nós lá íamos todos.
Na altura de pagar, o Xico Luis pois é dele que falo, dizia assim: pois, quando perco, dão-me conselhos, quando ganho, todo o mundo come gambas.
Este episódio, em que o dobro da minha idade, tinha força, não poderá repetir-se. É que eu já não tenho o dobro da idade dos amigos que deixei na Porcalhota. A percentagem, subiu para eles e desceu para mim.
Há coisa de um quarto de hora, perguntei ao meu "escriturário", que tapeia o blog, que lhe dito, quantos anos é que ele tem, verifiquei que ele é dono de cinquenta e cinco primaveras e eu de setenta e cinco invernos.
Fica provado que, na altura, eu tinha o dobro da idade dele e mais uns picos ...
Não era disto que eu queria falar, mas voltar ao tema do meu comentário anterior.
É que eu não sou ateu, embora pudesse ter pareceido. Eu acredito em Jesus Cristo, só que não acredito que O Mestre, fale com qualquer "mija na escada", no caso concreto, o tal Afonso I. Mas acredito, que Ele, nos ouve.
Amanhã é dia de Todos-os Santos. Vou ao cemitério de Benfica, falar com um Santo que está ali sepultado, há dois anos e que está sentado á direita de Deus.
Aí, tentarei falar com Deus e acredito que ele me vai ouvir, porque Ele nos ouve a todos.
Não quero terminar esta minha intervenção, de forma triste, bem pelo contrário, pois só de saber que vou ser lido por muitos deuses (que são os amigos da Porcalhota, que cá deixei)me dá grande satisfação.
Chamo-lhes deuses, porque só, rapazes com fluídos, quase divinos, poderiam ter-me apoiado, quando na mesma Porcalhota, fui vítima duma grande injustiça.
Até já amigos

31/10/06, 18:44  
Blogger O Bicho disse...

E depois disto, que mais posso eu dizer?
Só uma coisa: é muito bom ter amigos a valer!

31/10/06, 19:28  
Anonymous Anónimo disse...

são destas lembranças que fazem deste BLOG.uma MARAVILHA.
Bicharoco continua com as tuas pedaladas p´lo Alentejo,tudo a correr bem.
UM GRANDE ABRAÇÂO para todos
(em especial para o
AVÔ JULIO AMARO)

31/10/06, 19:45  
Anonymous Anónimo disse...

Quando o Amaro escreve o blog treme.
Um forte abraço deste amigo ateu.

31/10/06, 22:21  
Anonymous Anónimo disse...

Já que vais a Benfica, ao cemitério, e agora que até sabes rezar, pede lá ao teu Mestre um eterno descanso p'ro Abel e p'rá Irene que, no aconchego da gaveta fria devem estar felizes. Na vida e na morte a gente abraça-se.
jota_cê / ateu, graças a deus.

31/10/06, 23:11  
Anonymous Anónimo disse...

Mas, que grande trapalhada de crentes e não crentes,na minha opinião todos somos crentes uns mais que outros,depende dos acontecimentos,por vezes existem momentos na nossa vida que a presença divina é sentida com grande intensidade por isso é que o vosso amigo mais velho fala assim,pois que já viveu o suficiente para sentir essa presença.Por vezes não queremos acreditar para sermos nós a ditar as nossas próprias leis Beijinhos da Maria

01/11/06, 20:27  

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