Outros Artistas 24
(Chronicles of New York, by Bruno Ribeiro)
O Gambuzino (parte 4)
Ainda não eram um quarto para a meia noite e já passavam quarenta e três minutos das onze. Do John nem sinais, mas da moto sim. Estava caída no alcatrão, a meio da curva que ligava a bomba de gasolina e a outra coisa qualquer, tombada para a esquerda.
- "Quem e que leva a mota do Jonh?" Alguém perguntou.
O vivaço apressou-se a pô-la de pé.
Foram-se todos embora.
No outro lado da curva que era o lado de lá e ligava a bomba de gasolina e sei lá o quê, ninguém procurara o John, pois a carpideira apressara-se a dizer que o corpo voara.
É aí que deitado, John abre um olho e depois outro e outro. Não, eram só dois. Tenta levantar o pescoço e, por entre o arvoredo focalizar o olhar no alcatrão por debaixo das luzes do candeeiro que iluminava a agora metade da estrada de alcatrão e metade de macadame que os homens do alcatrão tinham estado a alcatroar e procurar a mota.
Percebe então que a mota não estava lá. Já não ia trabalhar.
Olha para o relógio que já não trazia. Não era decerto meia noite.
Sente frio. Não estavam 37 graus.
Tudo era agora branco. Não estava escuro.
Tenta sentir o chão. Já não estava no Algarve.
A preta não foi para Moçambique.
(the end)
Etiquetas: Artistas
3 Comentários:
E dizem que não há gambuzinos!!!
Estes três, da foto, já estão mais para lá, do que a preta que partiu para Moçambique.
Eu acho que o gambuzino é o do meio.
Parabéns Bruno pela crónica e obrigado Gigi/Bicho, pela publicação da dita.
GRANDE BRUNO.
VEM MAS É CONTAR ESSE CONTO AO VIVO.
EM JANEIRO!!!
AGUARDAMOS UMA SURPRESA.
ABRAÇO E BOAS FESTAS!
JOTACÊ
Bonita hestória,
GRANDES LAICAS.
FESTAS FELIZES
Abraços
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