segunda-feira, janeiro 29

Feira da Ladra (4)


Janeiro de 1630.

Da Igreja de Santa Engrácia, no Campo de Santa Clara, em Lisboa, foram roubadas as "sagradas particulas".
Na madrugada desse mesmo dia, foi preso por suspeito, Simão Pires de Solis, fidalgo de nobre estirpe e de bom comportamento que regressava a sua casa, depois de uma aventura de amor, montado em um cavalo cujas patas vinham envoltas em panos - para não fazer barulho.
Perante o Juiz, o fidalgo, negou o crime que lhe imputavam, porém nunca declarou onde passara a noite, para não comprometer a sua amada.
Tantos tormentos e torturas lhe infligiram nos calabouços da polícia, que o desgraçado se viu forçado a confessar o crime de que era inocente e foi por isso condenado:
- foi queimado vivo, no Campo de Santa Clara, depois de lhe serem cortadas as mãos.
..
Esta história verdadeira, contada por Eduardo Coelho (1835-1889), fundador do Diário de Notícias, faz-me lembrar aquela conversa dos Alentejanos na minha tasca da Porcalhota - "quantos tipos de cabrões é que há" - este era daqueles que não punha as mãos no lume por ela... mas punha tudo o resto.

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Cenas destas, foram a praga que a inquisição, alimentada no regaço da Igreja, foi minando nos povos mais beatos, como este.
Se fomos grandes em tantos mundos, porque não, na ignomínia!

30/01/07, 09:42  
Anonymous Anónimo disse...

fomos todos IRÕES E IRAQUES

30/01/07, 10:15  
Blogger O Bicho disse...

Nesse tempo (1630) era mais PORTUGAIS E CASTELAS.

30/01/07, 11:45  

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