segunda-feira, maio 7

Casal da Charneca (2)


E, ao cair da noite, “Os Bravos do Pelotão”
destacados para fazer o reconhecimento nocturno do local onde se iria desenrolar a acção do dia seguinte - o “Golpe de Mão” em Atalaia Delta – seguindo as ordens escritas na Nota do Asp. Esteves, "deixam dois homens no Casal da Charneca, que recolhem depois da acção nocturna”.

Os dois voluntários seleccionados (Eu e mais outro lingrinhas) ficamos para trás a ver o resto da Patrulha que se dissolve na morrinha e na escuridão da noite, arrastando penosamente o malvado equipamento de guerra convencional, às costas:

  • A mochila de lona, contendo a ração de combate, o pano de tenda, e não sei quantos litros de água da chuva, pois estava toda encharcada;
  • Os arreios de cabedal, cuja utilidade nunca percebi, pois nunca serviram para mais nada a não ser dar um trabalhão do caraças a engraxar, depois de andar-mos na "aplicação mimlitar" a rastejar pelo chão equipados com eles;
  • O capacete de ferro, aquele pesadelo de penico, que servia para proteger a mona das marteladas com que o sacana do instrutor de tiro, brindava os mais otários durante os treinos de fogo real, na "carreira de tiro";
  • E claro, como não podia deixar de ser, a inseparável G3, que nunca podíamos perder de vista, não fosse algum malandreco lembrar-se de nos gamar o famigerado “tapa-chamas” ou limpar do carregador as balas de pólvora seca.

Para dois felizardos, chega enfim a hora de tirar as pesadas botas da tropa para secar e aquecer um pouco os pés mirrados e encharcados, por várias horas de marcha acelerada, cruzando estradas e caminhos até então, desconhecidos...

(e continua..)

2 Comentários:

Blogger Carla D'elvas disse...

durante algum tempo estas palavras fizeram parte da minha vida:

AUDACES
FORTUNA
JUVAT

QUEM FAZ DO PERIGO O SEU PÃO
DO SOFRIMENTO O SEU IRMÃO
E DA MORTE A SUA COMPANHEIRA...

MAMA SUMAE

é apenas o passado.
memórias q rasguei e n guardei.
ao ler o teu texto... lembrei-me, do que n quero mais lembrar.
n tenho nd contra os militares.
sempre, ouvi c carinho, os relatos do mau PAI, enquanto militar.

07/05/07, 13:47  
Blogger Carla D'elvas disse...

meu*

07/05/07, 13:47  

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