terça-feira, outubro 7

Outros artistas (1919)


Em abono do republicanismo, eis uma história sacada de um alfarrábio ("A Revolução Portuguesa") que desencantei nas Escadinhas do Duque.

Augusto Dias da Silva, era um socialista. O "camarada" Augusto era um rapaz pobre, sem mprego, bom guitarrista e explêndido cantador de fados.
Um seu amigo influente, pedira ao empresário do Eden Teatro de Lisboa, para o incluir num espectáculo de variedades.
Um dia, o empresário telefonou ao protector do rapaz para o avisar de que teria a sua estreia naquela noite, e devia levar afinada a guitarra e a voz.
«Muito obrigado - respondeu o outro - mas já não é necessário, o rapaz foi nomeado Ministro do Trabalho».
Isto aconteceu de facto durante a 1ª República, em 1919, com o Governo de José Relvas, o qual terá afirmado acerca do seu Ministro: «ser dotado de uma mentalidade singularmente anárquica e de uma ignorância enciclopédica». Chegaram até a cantar uns versos a propósito, num "quadro de revista":

Há coisas, cá n'esta vida,
Que é de se ficar pasmado!
Um tocador de guitarra
Chega a Ministro d'estado!

Isto é para saberem que, não sou anti-republicano, nem radical; só não percebo lá muito bem onde estão, para nós (comuns cidadãos) as grandes vantagens do sistema presidencial, para além da inegável hipótese de qualquer um (maior de idade e com a 4ª classe) poder concorrer e ser eleito Presidente da República.

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13 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Bicho: Mais uma vez, volto a citar o meu Pai: "Partido Politico, Clube de futebol e Religião, são coisas em que temos de respeitar e aceitar as ideias de cada um". O facto de haver muitos dos três, até é bom, Já viste que, não dava gozo nenhum sermos todos do Benfica? Não havia de quem dizer mal. E isto vale também, para a religião e a politica.
Quanto ao Presidente, este só se torna perigoso, quando o sistema é presidencialista. De outra maneira, é um mero personagem decorativo, tal como os reis.
Não tenho nada contra os monárquicos, (até tenho um filho que o é), tivemos reis bons, reis maus, mas a esta altura do campeonato, que importa ser um rei ou o Senhor Cavaco? Não são eles que nos governam, ou desgovernam.
Eu mais que republicana sou democrata. Isto não é crítica, é só o que eu penso.
Maria

07/10/08, 09:24  
Blogger O Bicho disse...

Ora aí está, Maria, perfeitamente de acordo:
- República não é sinónimo de Democracia;
- os mais recentes (4 ou 5) "personagens decorativos" eleitos na 3ª República, constituem mais um rombo no esburacado erário do Estado.
- e já agora "Graças a Deus, que nem todos têm o privilégio de ser do Benfica!"

07/10/08, 10:21  
Blogger O Bicho disse...

Chamem-me nomes, sovina, agarrado, palerma, mas... expliquem-me isto:

Em 2005, o Orçamento do Presidência da Republica Portuguesa foi de 13,325 Milhões de Euros e o da Casa Real Espanhola foi 7,78 Milhões.
Porque é que, a Casa Civil Portuguesa gasta mais 41,7% do que a Casa Real Espanhola?

07/10/08, 10:39  
Blogger O Bicho disse...

Augusto Dias da Silva,
além de Ministro, Deputado e Aurarca;
- foi o empresário de Caneças que deu inicio ao comércio da água para Lisboa;
- e também um conhecido praticante de desportos aquáticos;
- e foi ainda, director do Sporting Clube de Portugal.

07/10/08, 14:36  
Blogger O Bicho disse...

Autarca e não Aurarca

07/10/08, 14:37  
Blogger Kim disse...

E até havia um Ministro na SFRAA que também só tinha a 4ª classe.

07/10/08, 16:16  
Anonymous Anónimo disse...

Amigos, desculpem lá, mas qual é o problema de haver um Presidente, ministro ou deputado só com a 4ª classe, desde que ele saiba o que faz e tenha qualidades para isso?
Hoje, mais do que nunca, temos montes de doutores, que de doutores, só têem o canudo. Há muitos desses em todo o lado. A inteligência e a cultura, cada vez têem menos a ver com cursos superiores. Conheço muitos possuidores de títulos universitários, de uma incultura e estupidez crassas. Conheço pessoas com a 4ª classe, cultas e supriormente inteligentes.
Isto é assim em tudo. Na politica, no ensino, na saúde.
Maria

07/10/08, 16:48  
Anonymous Anónimo disse...

E mais, Bicho. Por acaso, os nossos primeiros reis, além de analfabetos, quase todos, alguns eram completamente loucos.
E os desgraçados desse tempo, tiveram que os gramar. Nós, pelo menos, temos a ilusão, de ao fim de cinco anos, mandar o presidente à fava.
Quanto às despezas de representação, estou de acordo. Não percebo muito bem, porque são tão grandes.
Maria

07/10/08, 16:55  
Anonymous Anónimo disse...

Um ministro com a 4ª classe não vejo mal nenhum.
Agora um engenheiro monárquico???
xl

07/10/08, 16:58  
Anonymous Anónimo disse...

A inegável qualidade do sistema presidencial é mesmo, por ti Luis, assumida. Essa grande vantagem de "ser maior e com a 4ª.classe" e assim poder participar na vida do País, sem obedecer a linhagens e despojado de "sangue azul".
Já nos chegou os disparates aventureiristas do "garoto Sebastião"!
jc/.

07/10/08, 17:08  
Anonymous Anónimo disse...

Constituição da República Portuguesa

PARTE III - Organização do poder político

Artigo 122.º
(Elegibilidade)
São elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos.

07/10/08, 17:47  
Blogger O Bicho disse...

Coitado do Sebastião... ele é quem paga as favas!
Não faz sentido, culpar o Desejado , pelas desgraças da Nação: os Republicanos até deviam dar graças pelo que o Rapaz fez há 500 anos - desapareceu e quase conseguiu acabar de vez com a hegemonia da Monarquia Portuguesa.
Ora digam lá, se não é verdade?

07/10/08, 20:06  
Anonymous Anónimo disse...

"É preciso enterrar El-Rei Sebastião". É assim que começa um poema de Manuel Alegre. Enquanto houver sebastianistas, continuaremos a viver das glórias do passado, sem fazer nada para o presente e o futuro. Comecei com o principio de um poema, termino com uma velha quadra, de autor desconhecido:
"Ser português, é ser tarado.
É viver à sombra de um passado
que morreu.
É como estar esfomeado
à espera de um jantar, que
já comeu."
Isto, não quer dizer que, eu não gosto do meu País. Não gosto é daquilo que vejo fazer, ou por outra não fazer. Limitamo-nos a dizer mal (que é o nosso desporto preferido) e não fazemos mais nada. Vivemos, dos balões de oxigénio da U.E., comemos comida importada de toda a parte, os campos não produzem, o excedente de leite, vai para os porcos.
Havia muito a dizer, mas de que vale, se eu mesma, me limito a viver a minha vidinha calma e pacata? Porquê? Se calhar, ainda estou à espera do D.Sebastião.
Maria

07/10/08, 20:34  

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