Vinte Paus 1951
Em 1951 já havia bailaricos na Filarmónica da Porcalhota. Na fotografia do edifício original da Sociedade, que o amigo Rui Salvador me enviou, pode ver-se o cartaz do a anunciar "Night Stars" para abertura da época.
Nesta altura eu ainda não ia ao baile pois a era do "Nem Hippye Nem Pop" ainda estava longe, mas lembro uma chalaça que os "fregueses" da Parreirinha costumavam contar, sobre a iniciação de um "pé-de-chumbo" local.
- O "marçano" (entregador ao domicílio, das compras da mercearia) tinha alguma dificuldade em acertar com os passos de dança. Para treinar a sequência dos movimentos de um certo ritmo, os entendidos deram-lhe uma ideia prática que ele não podia esquecer:
- Colocava uma moeda de 5$00 no bolso esquerdo, uma de 10$00 no bolso direito e uma nota de 20$00 na frente dentro das cuecas. Depois era só seguir a ordem natural da contagem do dinheiro. Fácil para quem lidava com pagamentos.
- O "mano" convida uma moça para a dança e começa mentalmente a contar: 5 paus (anca para esquerda), 10 paus (anca para a direita), 20 paus (encosta para a frente). Deu resultado. Lá andava ele, "5 paus, 10 paus, 20 paus; 5 paus, 10 paus, 20 paus".
- Tudo bem, até que a sensação de ter pela primeira vez na vida uma moça nos braços, ali tão juntinha a ele, lhe fez despertar um certo instinto (fatal para a sua carreira de bailarino) e em vez da contagem normal dos 5 paus, 10 paus, 20 paus, a passou a:
- "20 paus, 20 paus, 20 paus, que se lixem os trocos!"
1 Comentários:
Quais 20 paus, quais trocos, entre atistas não há dinheiro! Oh Sheik, vai lá ver o comentário do tríptico do 25 Novembro de 75. Abraço B.
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