terça-feira, maio 8

Os Fangueiros


O Bruno, deu notícias de NY -
recordou-me há dias, dois autores e duas obras que eu muito aprecio (e ele também) e que por isso, pensei reler. Mesmo a calhar, recuperei nos arquivos do ferro-velho, um autocolante e um registo de fita magnética (vulgo Cá7) onde se consegue, ainda, ouvir o Pedro Barroso a cantar assim: "..aprendi nos esteiros com Soeiro e na fanga com Redol.."
Fanga - espécie de contrato de trabalho temporário celebrado entre o lavrador (terratenente) e um grupo organizado de trabalhadores rurais empenhados na produção do milho. Cada uma das partes se comprometia a cumprir as obrigações apalavradas, segundo as quais,
  • competia ao lavrador: dar a terra e a semente; lavrar e fazer a sementeira; suportar todos os transportes; dar dormida (quartéis); fornecer as hortaliças para alimentação; fornecer lenha para cozinhar; fornecer máquina para debulhar.
  • Competia aos fangueiros: sachar; desbandeirar; desfolhar; apanhar o feijão; atar o folhado; colher o milho; ajudar na debulha; carregar o cereal - alguns destes termos mereciam uma explicação, mas fica para outro dia.
Inicialmente, os fangueiros(*) recebiam parte da produção da seara na proporção de 1/6 ou 1/5 consoante a maior ou menor produtividade das terras; ao longo do tempo, a relação chegou até 1/4 e 1/3 antes de se extinguir este tipo de contrato social.
Há muito que deixou de haver migração dos fangueiros, tradicionalmente oriundos das regiões vizinhas da Serra de Tomar.

(*) não confundir com os colegas do Víctor Baía - os frangueiros;
nem com os caixeiros viajantes de tecidos e fazendas - os fanqueiros.

1 Comentários:

Blogger Kim disse...

O Bruno é um leitor atento.
É só seguir os seus literárioas conselhos.
Fanga, é o que ele não tem e que por cá se abusa.

08/05/07, 23:33  

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