o Bom Natal

Isto é que é um Bom Natal,
dizia eu cá para os meus calções, aqui descansadinho, quando de repente, vá-se lá saber porquê, comecei a pensar na Porcalhota.
Senti uma vontade súbita de interromper o meu doce ripanço, à sombra dos coqueiros, para ir a correr à sala da Internet, "postar" uma mensagem para o Pessoal.
Felizmente, a vontade não foi muito forte. O impulso esvaiu-se rapidamente e deixei-me ficar ali a pensar mais um bocadinho...

..ah! Como é bom o doce e santo Natal tradicional, com a família reunida no conforto do lar, no aconchego de umas brasas de azinho na lareira, abrigados do frio e agreste vento norte, que assobia na chaminé;
observando as gotas de chuva escorrendo pelos vidros embaciados da janela, emborca-se um copinho de Vinho-Fino ou uma Aguardente para acompanhar o Bolo-Rei e aquecer as entranhas;
partem-se umas nozes, para comer com o figo-seco, esfregam-se as mãos voltadas para o lume e faz-se "aaahhhh" - e é ficar a ver o bafo de ar quente e húmido a desvanecer no ar à luz das velas e das luzinhas da Árvore de Natal.

Porra, péra lá, mas o qu'é isto? Chiça!!! Ah, bom, foi só um pesadêlo. Uff... adormeci na página 184 do "Codex632". Natal, não sei quê, não sei que mais, coisa e tal, em Portugal? Ó meus amigos, sempre que eu puder, vou-me pirar... mesmo que venha apoiado na bengalinha.

Já não faz sentido dizer, "O Natal é QUANDO um homem quiser!"

O que está certo é dizer, "O Natal é ONDE um homem quiser!"