segunda-feira, dezembro 27

Parreirinhas da Porcalhota


O Ferrador
Pendurada no grosso barrote de madeira que sustentava o tecto havia uma tabuleta branca com letras vermelhas, que eu ajudei o meu Pai a pintar. Tinha escrito “Parreirinha da Porcalhota V”, porque se contavam apenas 5 Tabernas em funcionamento nos “domínios” da Porcalhota daquele tempo. Eram elas, começando do Bosque para baixo:
1 - a do Aires Piteira (com Jogo de Laranjinha); 2 - a dos Ciganos (a mais antiga, ainda com o chão de terra batida, também com laranjinha, na esquina da Trav. da Falagueira, frente do Chafariz); 3 - a do Oliveira (na esquina oposta); 4 - a do Carvoeiro (quase frente à Filarmónica); 5 - a do Ferrador (como sempre foi conhecida a Parrerinha V).
Das coisas que faziam parte dos adereços daquela taberna, para além dos normais cascos de vinho, do pote que se vêm na foto e do Relógio que eu guardo, ficaram na minha memória duas antigas estampas emolduradas:
- uma apresentava nas “Escadas da Vida” o homem subindo desde o nascimento, aos 10, aos 20… até aos 50 anos e descendo depois até aos 100 anos;
- a outra, era uma imagem de um Ferrador na sua oficina a calçar um cavalo.
Esta estampa, muito perfeita, era como que o símbolo do local. O primeiro proprietário da loja (Tio do meu Pai e Avô do Henedino Júnior) também era conhecido pelo “Ti Ferrador”. Até a mim, é curioso, ainda não há muitos anos, as pessoas mais antigas da Porcalhota me chamavam de Ferrador.
A loja, diziam, teria sido antes estrebaria da Quinta do Assentista, Quartel das Carroças dos Bombeiros e oficina de Ferrador.
Hoje é Restaurante - "Argola Dourada", vou lá um dia destes almoçar.

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