Canapraia
A Praia-das-Maçãs
agora é a Praia-das-Abóboras e o areal é um canavial.
Grandes e pequenas histórias e imagens, de e para os meus amigos, em especial aqueles que viveram na Porcalhota e partilham as memórias do tempo da Filarmónica.
Toninho da Farmácia
Ao ser eleito Vereador da Câmara pelo Partido Verde, o Toninho da Farmácia, disse:"Eu tenho certeza que eu vou justificar os meus 3050 votos.
Vou solicitar o apoio do Batalhão Borba Gato, para que me ajudem a realizar o meu sonho de criança, que é o de resgatar as belezas do nosso rio.
Vou contactar antigos pescadores do Bairro do Bosque, que são os profundos conhecedores do rio de há anos, para que juntos possamos encontrar um meio de trazer o rio para o seu curso original.
Vou lutar junto com os pescadores e fazer o possível para trabalhar por uma cidade melhor para todos - doa a quem doer!"
Assim falou, o homem que dirige uma farmácia comunitária no Bairro Bosque, a Farmácia Santo António dos Pobres, que é mantida por meio de doações para atender os utilizadores carentes, que obtêm os remédios apresentando a receita médica, em Pindamonhangaba, a cidade natal de uma figura ilustre da lusofonia (que a gente já conhece) - Berta Celeste Homem de Mello, a professora que escreveu a famosa letra do "Parabéns a Você".
o Castro da Cola
(Crónicas da Batalha de Ourique, por Júlio Amaro)
Há uma coisa que os bloguistas sempre se esquecem de fazer: que é, darem um pouco mais de seriedade aos assuntos abordados.
Não sei quem se lembrou de inserir na selecção de portugueses ilustres, o nome de Afonso Henriques. Só sei que ao fazê-lo esqueceram-se que estavam a debruçar-se sobre um dos maiores mentirosos da história.
É que ele, o Afonso, ficava-se nos montes fronteiros às batalhas, aguardando o desenrolar dessas lutas fraticidas porque afinal todos somos mouros e, na mais famosa batalha, a de Ourique, as mentiras desse cavalheiro atingiram o máximo.
É que ele deixou propalar a notícia mirabolante de que Jesus Cristo lhe tinha aparecido e que lhe ia dar bençãos para que a vitória sobre os sarracenos acontecesse.
Na verdade quem lhe apareceu, foi um homem natural do termo de Silves de nome "Magui" e a quem os habitantes desse termo consideravam o Messias. Deve dizer-se que os habitantes do termo em questão eram mouros, árabes e judeus, sendo fácil a estas raças admitir que Magui era na verdade o Messias por nunca terem acreditado que Jesus Cristo o fosse.
D. Afonso Henriques, deu ensanchas aos seus cronistas para que eles até inventassem um anjo anunciador desse encontro entre o rei e o Magui, no Castro da Cola, bem próximo de Ourique.
Para desfazer esta mentira, deve dizer-se que quem anunciou o encontro do Magui com o menino Afonso, foi um soldado que vivia no castelo de Silves.
E a história termina assim:Quando o nosso rei recebe o Magui, fica impressonado com a proposta que este lhe levava, proposta essa que não tinha nada a ver com bençãos nem com vitórias, mas sim com o seu conselho para que a batalha não acontecesse.
O rei, impressionado com a atitude daquele homem bom, oferece-lhe uma espada e este, contente da vida, porque o mentiroso lhe prometeu não terçar armas em Ourique regressa a Silves, mas ao entrar no castelo, por má sina sua, é acusado de traidor, sendo logo ali assassinado pelos seus, com a própria espada que o rei lhe havia oferecido.
Esta é a história verdadeira que é contada pelos cronistas árabes que chamavam a D. AFONSO HENRIQUES, "O CÃO MENTIROSO".
(continua..)
Uma paisagem gelada no Mar Antártico?
Praia-das-Farófias na Praia-das-Maçãs, com ondas de espuma, espessa, bem cremosa, como nata ou clara de ovo batidas.
A quantidade e espessura de nata ou algodão era tal, que abafava o som da rebentação - quase não se ouviam as ondas.
Em homenagem ao meu Tio Taxu! (Chronicles of New York, by Bruno Ribeiro) O GAMBUZINO (parte 1) To be continued..
Era uma noite Algarvia, quente e fria. Estavam 37 graus. John dos Santos olha para o relógio e já passavam 17 minutos das sete e meia. Estava quase na hora do Telejornal. Pena era que John dos Santos não poderia ver hoje as notícias, como era seu costume. Ia entrar no turno da noite.
A V4 que tinha comprado nova aos 20 anos levava já 25 de uso nas mãos de John, (tinha ele portanto qualquer coisa como entre quarenta e três e cinquenta e um anos de idade), e ele montava nela como ninguém.
- "Monta na mota John!" Diziam-lhe na vila quando passava a pé.
- "Pega logo à primeira!" Retorquia ele em tom de gabarolice.
E era verdade! O azul do depósito da mota, comido já pelo sol, tornara-se verde musgo e veronese mas, desde o último Inverno, John já não lavava a moto e a cor alterara novamente para um ocre da Prússia com laivos de amarelo cromo claro. As letras já não davam para ler mas presumo que alguém, alguma vez as haverá lido.
O turno da noite de John não era como o vulgar turno da noite dos outros, os da fábrica.
O John não trabalhava na fábrica.
O John não trabalhava, de todo – dizia-se.
O John fazia turnos – dizia-se também.
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à Paulinha,
uma alma solitária, cujas cinzas se vão dissolver no mar que tanto gostava;
em nome da meia dúzia de amigos que se reaproximaram nas últimas horas,
Adeus...
Os operadores de Informática de um tal Centro de Processamento de Dados na Av. Infante Santo - Lisboa.
Reencontrámo-nos esta tarde (25 do 11), precisamente 30 anos depois desta fotografia.
Um mês de suspensão (sem vencimento) na sequencia dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975, para (moi mêmme; me myself) o barbudo em primeiro plano.
E já só faltam cinco (5) fins-de-semana para completar 2006 e para o Encontro anual do Pessoal.
Este que se aproxima, parece que vai ser um
Bom Fim de Semana... para ficar em casa, no quentinho,
abrigado da chuva e do vento que se prevê para os próxmos dois dias.
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Hoje saí muito cedo para a rua.
Para fazer tempo, fiquei uns bons momentos nesta colina de Lisboa, o parque dos Moínhos de Santana, a apreciar a entrada dos navios na barra do Tejo ao raiar do sol.
Lembrem-me para lá ir, um dia destes, fotografar o por-do-sol. Deve dar umas belas imagens.
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Foi colocado hoje no mercado dos sonhos, o filme AMIGOS PARA SEMPRE - Arganil 2006.As filmagens do próximo encontro iniciam-se no dia 06 de Janeiro de 2007, algures no Alto Alentejo.
Está disponivel o DVD, para os meus amigos e o seu preço é... apenas um abraço amigo!
Em Ourique, no miradouro do Castelo, que não é castelo (talvez apenas o lugar onde se acoitava um Mouro chamado Orik), ergue-se a pequena estátua de Afonso I, memorial da Batalha de Campo de Ourique que, já sabemos, também não foi em Ourique.
Mas afinal, o que é que há, de jeito, em Ourique?
ESTELAS (pedras gravadas com caracteres Conios) encontradas no campo de Ourique, isto é, nos arredores, em Necrópoles e outros vestígios de aglomerados populacionais pré e proto hitóricos como os dos nossos ancestrais, pouco conhecidosos, os TARTESSOS.
METEORITOS - 20 kg de pedras de diversos tamanhos, restos de um pedregulho espacial que aterrou nos campos de Panóias em 1998 - encontrado pelo Ti Manel - deu relevo internacional a estas terras. Até se encontram Meteoritos de Ourique à venda na internet:
Fragment 66,3 grs (specimen has a large clast 9 mm x 14 mm ) Price $950.
(Não. Este, não é o pai do Alberto)
É O TAXU e diz:
Eu era o maior... vivaço migrante alentejano da SFRAA, da Porcalhota;
E no Bichão Nº1 da Reboleira - Cidade Jardim, era "danado para a brincadeira";
Hoje chamaram-me aqui só para mandar um recado ao Bruno que está em New York.
Puto Bruno, aqui o Tio Taxu, não vai faltar ao Encontro Anual de Janeiro 2007.
Tu, vê lá se te tratas, se te pões bom até lá, porque o Pessoal está a contar contigo!!!
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Fim de tarde de fim-de-semana.
Saída de um bairro flutuante para o mar.
A bordo caberiam pelo menos meia dúzia de Ruas Pedro Franco.
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Hoje não tive tempo nem para escrever duas linhas...
Bom Fim de Semana!
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A estrada mais concorrida da Europa, às 9 da manhã;
na hora de ponta, é a estrada mais poluída da Europa;
esta névoa, neblina ou nevoeiro, assenta exclusivamente sobre a estrada Lisboa-Sintra; ele marca exactamente e o curso da estrada.
Aproxima-se o por-do-sol:
O trânsito na 2ª Circular, no sentido Aeroporto - Benfica, está um caos;
Rodar na IC19 é impossível. Parece um imenso parque de estacionamento;
Muitas dificuldades na VCI nos dois sentidos, devido à avaria de um pesado;
O acesso norte à Ponte do Freixo faz-se apenas por uma faixa de rodagem;
No montado do Alentejo, o gado dirige-se calmamente para o local de pernoita;
O Castelo de Aljustrel,
do qual restam apenas vestígios no outeiro da Sra. do Castelo, foi arrebatado aos Infiéis (tal como outras praças fortes do Alentejo e Algarve) por D. Paio Peres Correia, em 1234.
D. Paio, era um homem do norte!
E quando ouviu dizer que nos Algarves havia belas praias e terrenos bons e baratos para vender aos Cruzados, camones que ali aportavam (à ida e à volta) no caminho da Terra Santa de Jerusalém, disse para os seus ajudantes:
-"Bamos imbora, pessoal, bamos lá correr cum aqueles morcões dos Mouros de lá p'ra fora, carago!"
Reuniu os capangas lá em Barcelos e veio por aí abaixo desenfreado danadinho p'ra porrada; e a coboiada começou logo ali em Paio Pires (Seixal) e foi tudo a eito até lá baixo a Albufeira; cacetada nos Sarracenos até enxotar os coitados de regresso à outra banda, para lá do mar de onde tinham vindo.
Ora bem, aqui está outro artista dos tempos aureos do grupo Cénico da Sociedade.
É mais uma imagem do "port-folio" de fotografias recolhidas nos arquivos da SFRAA pelo Rui salvador.
É a última, não tenho mais.
Não sei quem é, não tinha o nome escrito, mas acho que não é o pai do Alberto.
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Olhem só p'ra isto!!!
De repente, bem lá no meio do Alentejo, a nossa vista surpreende-se com uma coisa destas.
Há coisas fantásticas, não há?
PATRICIA BARBER - extrordinária compositora e intérprete.
Uma Senhora do Jazz e o seu quarteto no Domingo à noite na Aula Magna da Reitoria - Lisboa.
No culminar de um fim de semana repleto de actividades físicas (bicicleta, bodyboard, natação; castanhas; geropiga; entremeada, entrecosto, vinho, salsichas, farinheiras, mais vinho) soube bem, esta sessão de hora e meia de música.
De vez em quando, um bocadinho de cultura, também não faz mal...
Nestes últimos dias, o São Pedro foi de férias e deixou o controlo do tempo entregue ao seu colega Martinho - e este fez jus à fama e proporcionou ao pessoal um belo fim de semana de praia.
Fim de semana de autêntico Verão - o verão de São Martinho.
Foz do Rio Mira - Vila Nova de Mil Fontes.
Considero este lugar, um dos mais belos recantos, de paisagem marinha natural, da Europa (que eu conheço).
Aqui, muitas horas, dias, noites, muitas situações, muitas... recordações e mais a quietude no ar e no mar, propiciam a invasão de sentimentos indefinidos de nostalgia.
E ela avança, a nostalgia agora à mistura com a solidão acumulada nos dias mais recentes, fazem avolumar as saudades.
Saudades da família...
Por isso, esta foi a última paragem da voltinha do Fotociclista pelo Alentejo na semana passada.
Assim que o sol se escondeu, acelerei dali para fora, em busca do conforto de uma companhia amiga.
E passadas 3 horas e 200 Kms, encontrei em Massamá:
O grande mestre Amaro, o mestre Quim e o famoso Marcelo.
Este grupo de experts em História da Filarmónica da Porcalhota reuniram-se ontem à tarde, para tentar identificar o personagem da fotografia publicada no Post "Outros Artistas 18".
O Pessoal aguarda ansiosamente a decisão. Será que eles vão votar a favor dos que dizem,
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Barra do Tejo, no fim da tarde.
Era vê-los às carradas, melhor dizendo, às barcadas, saindo dos dois Cacilheiros especialmente fretados para trazer (e levar) os marujos camones que tiveram ordem de soltura para vir a terra matar as sedes.
Desembarcavam dos Cacilheiros e embarcavam nos Fogareiros, que esperavam em fila ao longo da Marginal interior de Algés, para os levar até aos Bares da cidade, uma vez que a bordo não há drinks p'ra ninguém - nem whiskes nem bjecas, só mesmo CocaCola.
Na minha corrida pelos caminhos do Alentejo, em demanda das memórias da Batalha de Ourique, acabei partindo a corrente da Bicicleta.
Regressado, fui fazer a reparação (1€) numa pequena oficina de bicicletas, perto do antigo quartel de Bombeiros de Queluz.
Pertence a um "Ti Artur", natural da Porcalhota, que em novo trabalhou numa oficina de mecânica que havia no Bairro do Bosque, quase em frente ao "Café dos Ossos".
Resolvido o problema da viatura, fui dar uma voltinha para fazer a rodagem e testar a resistência da corrente com um passeio ribeirinho por Algés.
Pelo caminho, foi-se desenrolando dentro da minha cabeça uma guerra do caneco; os meus axónios enviavam dendritos para revistar todos os cantos poeirentos da memória à procura de uma imagem ou de um indício qualquer que me fizesse recordar (o local onde se situava) a Fábrica das Gabardines.
Ali na foz do Tejo, lá bem ao largo estava fundeado o enorme Enterprise, o Porta Aviões dos EUA, com não sei quantos reactores Nucleares, que escala Lisboa no seu regresso (talvez definitivo) a casa depois de algum tempo no apoio às batalhas do Médio Oriente - finalmente, após algumas horas a remexer o fundo da panela da caldeirada de 58 anos de memórias, alguma coisa veio ao de cima, na R. Elias Garcia, frente à casa do Carlos Garcez, Bairro de Janeiro, já no fim da Amadora.
(Ferreira do Alentejo - Igreja Sec. XVI)
Dizem (não vi) que aqui se encontra uma imagem de Nossa Sra. da Conceição, que foi à Índia e voltou na companhia de Vasco da Gama, aquando da descoberta do Caminho Marítimo alternativo para as especiarias.
Em chegando aqui a Ferreira, já noite fechada, achei o ambiente um tanto murcho para um Sábado à noite, pelo que dei a volta aos cavalos e rumei a Odivelas, uma aldeia, 15 kms mais atrás.
Aí sim, valeu a pena parar e ficar. Entrei numa onda de descontração em animada conversa com o pessoal da terra, numa tasquinha bem no centro da aldeia - histórias, memórias, (in)confidências, umas quantas (quantas..?) minis, um bagacinho prá sossega... e lá vou eu, a falar sozinho com sombras da calçada, ladeira abaixo até à Albergaria do Gato.
(Lisboa Oriental - Panteão Nacional)
Gostamos de ver no Blog as divergências de opinião mais acesas;
vamos publicar mais coisas acerca das figuras ilustres da Nação,
na série "os/as GRANDES sac..." amm, quer dizer, portugueses/as,
daqueles que estâo (estarão?) oficialmente sepultados no Panteão.
Em Lisboa no Sec. XXI (Parque das Nações).
Destruindo a Lisboa do Sec. XX (Expo 98).
Arquitectura futurista do Sec. XXI.
Fez parte de algumas Direcções da SFRAA.
E foi muitas vezes o Electricista de Cena, o responsável pela iluminação, nas Revistas, Comédias, Dramas e outras actividades artísticas que animavam o salão de espectáculos da Sociedade nos anos 60 do Século passado.
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Enquanto no Alentejo as pessoas sofriam a calamidade de violentas enchurradas, na nossa Praia das Maçãs o dia era excelente.
Paciência, não se pode esperar muito melhor. Como soi dizer-se, "burro velho, não aprende línguas".Sem vento, o tempo quentinho, a água morna, as ondas à maneira.
Situação ideal para o meu regresso à actividade radical e clandestina - o bodyboard.Passei duas horas no mar e diz quem assistiu, e eu confirmo, que não foi de modo nenhum brilhante a minha reiniciação, pois parece que não consegui desfazer uma única onda; e eles não viram as duas magníficas (chiça) cabeçadas que mandei no fundo, que felizmente é areia.
Os optimistas - falta de treino, falta de físico, falta de músculo, falta de pulmão, falta de fôlego.
A verdade - o principal é mesmo a grande falta de jeito, em cima de uma terrível falta de juízo.
No centro do Alentejo, uma Família completa de Ciganos, deslocalizando (é o termo) a sua residência para outra região, em busca de uma situação economicamente mais favorável.
O veículo é um clássico Dois Cavalos - neste caso uma Mula e um Macho:
Voltei a Lisboa.
Agora tenho que decidir - qual o caminho a seguir?
Vou parar ali, naquele lado, para pensar um bocado...
Ora bem, mesmo sem autorização da Administração da CP (que não merece os meus parabéns por ter feito 150 anos na semana passada), aqui têm uma imagem clandestina, tirada à socapa, de um magnífico fim de tarde na planície alentejana, prenúncio de um
Bom fim de semana!
E mainada, poisatão..!
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"Alto lá, aí!" - Ouvi dizer, quando aprontava o dedo para disparar, com a objectiva apontada ao edifício da CP.
Contrariedades, ou incidentes de percurso de um Foto(clandestino)Ciclista(errante), nos caminhos de Portugal.
Eis o caricato episódio, ocorrido no fim de tarde num lugar do Alentejo esquecido. Um local por onde passa muito pouca gente e onde, certamente, quase ninguém pára a não ser algum néscio turista que pense ir ali encontrar a famosa residência do Presidente dos EUA - a CASA BRANCA.
Na Estação dos Comboios, achei bons motivos para fotografar - candeeiros de iluminação; letreiros em azulejo; as canecas e os fios de telefone; etc...
"Tem autorização?" - Perguntou o gajo que, devia ser o chefe da estação, presumo, pois ele não estava fardado, não tinha nenhum emblema nem qualquer cartão de identificação, à vista.
"Para quê?" - Perguntei eu, depois de sacar a primeira imagem, e ao fim de um longo espaço de tempo, que demorei a perceber que ele falava para mim.
"Ora essa, para tirar retratos aqui." - disseram simultaneamente o homem da bilheteira, o factor, o revisor, dos comboios, o guarda da passagem de nível, o fiel do armazém e o chefe da família que habitava o andar superior do edifício da estação, todos reunidos quais heterónimos, na pessoa do único indígena que se avistava por ali.
"E preciso?" - foi a única coisa que consegui dizer, enqunto ele se aproximava.
"Pois atão, tá claro que precisa..."
Quem terá sido o coitado que deixou cair do bolso, o valioso objecto? AVISO
Como tenho andado "por fora", só hoje estive a rever as primeiras páginas dos Jornais Diários de há uma semana atrás. Captou a minha atenção, um Cabeçalho no Público, mais digno de uma secção de Perdidos e Achados do que de uma Página de Abertura."Apito Dourado esquecido no Tribunal"
Parece que a mulher-a-dias (antiga designação popular para Técnica de Saneamento Primário), encontrou um Apito de Ouro esquecido debaixo do Banco dos Réus da Sala de Audiências do Tribunal de Gondomar.
- um dirigente, que pretendia oferecê-lo como prenda de aniversário a um árbitro amigo... da Liga?
- ou foi esquecido no banco, perdido por algum árbitro amigo... da Liga?
Se dentro dos prazos legais estabelecidos, não se descobrir o dono, este Apito passará automaticamente a fazer parte dos famosos e riquíssimos Arquivos do Tribunal.
O dia seguinte...
Lembrou bem a Maria, há que corrigir as efemérides.
Dia 1 de Novembro, DIA DE TODOS OS SANTOS:
de facto, há mais de mil anos, que se estipulou ser este o dia de folga a que todos os Santos (sejam eles efectivos, contratados a prazo ou a recibos verdes) têm direito;
já era assim em 1755, no fatídico dia em que não se encontrava nem um Santinho de serviço, para acudir aos desgraçados dos habitantes de Lisboa;
o povinho, bem que se fartou de rezar, mas nada, os Santinhos, tinham saído todos em excursão para fora, no gozo o seu merecido dia de descanso.
Dia 2 de Novembro, DIA DOS MORTOS:
pois claro, foi nesse mesmo dia (o dia seguinte), do ano de 1755, que os sobreviventes começaram a procurar, contar, chorar e sepultar os 50 ou 60.000 mortos, vítimas do Terramoto e Maremoto de Lisboa.