sexta-feira, setembro 30

Resumo da semana

Carta a um amigo p3


Carta a um amigo americano (pág. 3)
Lx, 31-X-79
... mas estava eu dizendo, Josesito, que quanto mais alto se sobe mais precauções há que tomar para não cair e maior é o medo da queda, ou não é assim? É pois, e senão não havia tantos homens preocupados com o seu dia-a-dia, toda a noite sem conseguir pregar olho.
Mas isso às vezes passa, sabes que agora estou bastante preocupado porque esta minha Parker Americana de vez em quando não escreve, não sei se será... , por isso vê lá se me arranjas por aí umas cargas para isto, que eu ópois mando-te os Dólares para trás. É uma carga Parker que diz "Floating Ball SYSTEMARK", não é esferográfica nem caneta de tinta permanente; é uma mista, isto é, uma caneta de tinta permanente com esfera na ponta.

Serra do Soajo

AMPLIAR

Não era nem névoa, nem nevoeiro, nem poeira: era fumo, muito fumo, só fumo.
Não, só fumo não pode ser, não há fumo sem fogo e...
Que gaita de associação de ideias, eu não fumo, nada, nada mesmo, nem um cigarro, desde o 25 de Abril (o de 2005).
Quando vejo fumo... fico desorientado, ainda mais desorientado do que sou normalmente.
Já passaram alguns meses e mesmo assim, há ainda muitos dias em que sinto que me falta alguma coisa.

quinta-feira, setembro 29

Na Rota do Mar

última sessão de 2005
Agora, que acabou a época de praia, o mar na costa Oeste não está mais em condições para Surfistas amadores, vou precisar de fazer outra qualquer coisa para ocupar o meu tempo livre.

Alguém Na Rota do Mar pensou que eu podia tirar a carta de Marinheiro e depois, se conseguisse não enjoar, talvez a de Patrão Local, Patrão de Costa e etc. etc. por aí fora até... fazer a derradeira viagem na Barca do Inferno.
Se esta ideia fosse por diante, o Dicionário de termos náuticos compilado pelo amigo Rui Salvador, ia fazer um jeitão para os estudos.
Obstáculos:
- todas as vezes que andei em traineiras junto à costa Portuguesa fiquei sempre enjoado com'a porra.
- o próximo curso de Marinheiro, terá lugar em Ponte de Sôr, imaginem, mesmo no interior do Alentejo.
- se ao menos fosse no estranjeiro, por exêmplo, em Palm Beach, lá naquele mar nunca fiquei enjoado!

O tempo mudou


Somente em Agosto de 2005 (parece impossível, e estive ali tão perto várias vezes) passei pela primeira vez, em Ribeira de Pena.
E valeu a pena, porque depois desse dia, o tempo mudou, o tempo nunca mais foi o mesmo: descobri os relógios de sol.
Em 3 ou 4 freguesias deste concelho podemos encontrar mais de uma dúzia deles.
Até esse dia eu só pensava (ou só encontrava porque há mesmo muitos e variados) pelourinhos em Trás os Montes.

da Anika em 1979

Vou pegar numa tela e fazer um desenho para a Ana - é que ela faz hoje anos, 29 de Setembro de 2005 - vou finalmente poder retribuir o desenho que ela fez aos 9 anos para o meu aniversário de então.

quarta-feira, setembro 28

Cor do dia 27


Cores do SLB na Praia das Maçãs.

segunda-feira, setembro 26

Parei para pensar


Relógio de sol no frontispício da Igreja do Mosteiro de Pitões das Júnias.
Porque razão haveria (e ainda há) tantos Relógios de Sol em Trás os Montes.
- mas porque é que não consigo carregar imagens?
- agora, já consigo, mas ainda estou a pensar no caso dos relógios!!!

VIDA DO LIXO NO OCEANO

Papel Toalha: 2 a 4 semanas;
Caixa de Papelão: 2 meses;
Palito de Fósforo: 6 meses;
Restos de Frutas: 1 ano;
Jornal: 6 meses;
Fralda Descartável: 450 anos;
Fralda Biodegradável: 1 ano;
Lata de Aço: 10 anos;
Lata de Alumínio: não se corrói;
Beata de Cigarro: 2 anos;
Copo Plástico: 50 anos;
Garrafa Plástica: 400 anos;
Preservativo: 300 anos;
Pedaço de Madeira: 13 anos;
Bóia de Isopor: 80 anos;
Linha de Nylon: 650 anos;
Vidro: tempo indeterminado;

A campanha mundial impar o Mundo, que visa promover um mundo mais verde, arranca esta sexta-feira nas ruas, jardins e praias de Portugal e do mundo.

sexta-feira, setembro 23

cor do dia 23


sem cor...

"O dia sem carros" - num em cada três dias deste ano a Avenida da Liberdade, em Lisboa, ultrapassou os níveis de poluição atmosférica permitidos, sendo a zona mais poluída da Europa, alertou hoje uma organização ambientalista.

quinta-feira, setembro 22

Cor do dia 22


a da pimpinela, que não é escarlate.

Casei, disse ele


- pois foi, o "puto" Bruno mandou-me esta fotografia numa mensagem que dizia somente: Casei-me!
- esta agora? então, assim de repente, o rapaz arranja uma jeitosinha, vai até Las Vegas e... That's it.
- ó pazinho, Bruno, o que é que eu hei-de dizer: PARABÉNS AO CASAL e vou beber um copo com o Quim neste fim de semana, para festejar.
- e provavelmente daqui a uns tempos, este artista emigrante na Big Apple, vai ser mais um caso de sucesso do Pessoal da Porcalhota, além fronteiras.

Etiquetas:

Carta a um amigo p2


carta a um amigo americano (pág. 2)
Lx, 31-X-79
... enquanto sei e não sei, estou sentado à beira-mar, olhando o mar sem o ver. Na tal dança e contradança de pensar e não pensar enquanto sinto e não sinto, pressinto lágrimas no olhar e vou atirando pedras ao mar.”
É bem realidade este bocado de filosofia do ser e não ser, afinal do mais simples que pode haver. Isto já me tem acontecido muitas vezes, principalmente neste último ano em que tenho vivido mais ou menos sozinho, procurando refugiar-me na solidão, fugindo não sei de quê.
Andei por aí, pelo litoral Minhoto e espanhol, depois passei pelas Berlengas e finalmente pelos Açores, sempre só.
De tudo o que mais me soube bem foi estar uma semana nas Berlengas completamente desterrado do mundo civilizado, acompanhado só do meu sentimento de liberdade (apesar de preso num monte de pedra no meio do mar) e gaivotas aos milhares, sol, névoa, mar, peixes, lagartixas e coelhos. Nos Açores, gostei muito de ver a paisagem mas não gostei nada de lá estar; foi muito agitada a viagem toda.

ficou a paisagem


Esta magnífica vista não era possível, antes dos incêndios que consumiram, neste Verão, quase toda a vegetação nas encostas da Serra de Arga, a mais alta do litoral Minhoto.
Daqui se pode ver a mancha do Monte de Sta. Tecla na Galiza, o brilho do Oceano, do Rio Minho desde Caminha até à foz e do Rio Coura logo depois de Vilar de Mouros a entrar no rio Minho junto a Caminha.

As cores diferentes do azul do céu e do mar e do verde habitual na região são causadas pelo fumo dos incêndios que na altura estavam activos em redor de todo o vale do Rio Minho.

quarta-feira, setembro 21

Carta a um amigo ps


carta a um amigo americano (pág. solta)
- e valerá a pena ainda falar no caso da Dª. Fátima de Felgueiras???
- Nah! A situação nesta nossa(*) terra já nem merece comentários!
- Então e o Sr. Isaltino de Oeiras e mais o Sr. Major de Gondomar???
- Bah! Vou-me estender no sofá e ligar a Televisão no Canal Panda.

(*) nossa, pois... a minha parte resume-se a uns míseros 2.300 metros quadrados, dispersos pelas Caldas da Rainha, Massamá e Praia das Maçãs.

O Quim voltou


Aleluia, o Quim regressou de Caldo Verde e o Blog já está, consequentemente, muito mais animado.

os contadores


Alguém comentou: "Pah....continua que o pessoal está a ler, ou já não tens o contador activo? :-)
by Anonymous : 10:53"

É verdade, já nem me lembrava que tinha contador (e localizador geográfico) de visitantes no blog.
Fui verificar os dados da última semana e de facto o pessoal continua a ler.
Está quase a fazer um ano e temos 7.000 e tal visitantes o que corresponde a 20 e tal visitas por dia.
...e então... vamos continuar!

Cor do dia 21


Flor da abóbora.

terça-feira, setembro 20

que se passa


Não sei o que se passa com o Pessoal da Porcalhota ou comigo.
Ninguém comenta, ninguém acha bem, nem acha mal? Alguma coisa não está bem. Sou eu!
Então vou de férias sozinho outra vez até à Praia da Maçãs.
Vou dar corda ao relógio de sol.
Pode ser que me inspire para pintar um quadro decente pela segunda vez este ano de 2005.
Vou reler os textos antigos do meu arquivo. Pod ser que encontre alguma coisa mais interessante para escrever aqui..?

Carta a um amigo p1


Carta a um amigo americano (pág.1)
LX, em 31-Out-79

Zezito, meu amigo

Já te tenho dito (e se não disse foi porque me esqueci) como é difícil a vida aqui neste Portugal pequenino com’ò caraças onde há muita gente mais esperta do que inteligente: mas antes aqui do que aí, penso eu, e desculpa lá a má opinião mas eu acho que americanos inteligentes deve haver poucos, o que é uma pena. Mas isso é outro assunto que eu gostava um dia de conversar contigo; espero a oportunidade.
Por agora estamos navegando ao sabor das correntes, mas vamos lançando âncoras que apesar de não chegarem ao fundo, sempre ajudam a uma estabilização que virá mais cedo ou mais tarde, talvez com a maré baixa ou vazia.
E os dias mais felizes, finalmente são, aqueles em que as horas passam sem a gente dar por isso (ditosos são os dias em que se vive sem saber porquê…) porque os outros – a maior parte – são tramados de passar quando se tem a consciência desperta e se transporta o pensamento desocupado.
É, como diz um poeta meu amigo, "estar assentado à beira-mar a olhar sem ver o mar. Voa no meu pensamento a dança e a contradança de lembrar e de esquecer. Não sei se vou lembrar se vou esquecer..."

Qual poeta



Suicídio, não. Oh, sim!
Deixar tombar o meu futuro
cadáver de passado desde o mais alto píncaro da
Agonia
desde os elevados cumes da
Fantasia
até ao profundo abismo da

Inconsciência
A queda no poço sem fim do
que resta de humanidade em mim.


Encontrei nos arquivos da minha cave. Fui eu que escrevi, num bocado de cartão em 1980, mas não sei quem foi o autor desta espécie de poema. Terá sido Fernando Pessoa?

Cor do dia 20


Azul, Lilás, Roxo, não sei o nome.

segunda-feira, setembro 19

Receita do dia 19


E sai umas Costeletas (que por acaso são febras) de Porco à Húngara, preparadas cá pelo Je, mais ou menos conforme a receita de Maria de Lurdes Modesto.
1º) Espalme as costeletas, tempere com sal e passe por farinha. aloure-as numa mistura, bem quente, de 1 colher de banha e 1 colher de margarina. retire as costeletas da frigideira, coloque-as num tacho e tape.
2º) Corte as cebolas em rodelas e aloure-as juntamente com alho pisado, na frigideira onde alourou as costeletas, juntando mais 1 colher de banha e margarina. Junte os cominhos, a paprika e regue com 1,5 dl de água quente até ferver.
3º) Deite este molho sobre as costeletas no tacho, deixe ferver e acrescente o tomate cortado e o pimento em gomos. Adicione um pouco mais de água quente e deixe cozer. Rectifique os temperos e acompanhe com batatas cozidas ou fritas aos quadradinhos.
Lições de Economia Doméstica. Esta vida de desempregado... é no que dá!

Cadela das Caldas


Um amigo meu tem esta treinada para fazer esta habilidade.
"Ora toma", diz ele e a grande ordinária da bicha, volta-se de papo para o ar e... pimba, sai um manguito para as visitas.
O dono também é uma curiosidade. Meu ex-colega da RTP, nos tempos em que a Paulinha (na 24 de Julho) era a tasca do Sr. Maduro de Tondela, este meu amigo apostou num belo dia almoçar um Bifinho acompanhado por 5 kgs de Batatas Fritas e em seguida de 6 Sopinhas de Feijão com Hortaliça, para aconchegar. E o anormal enfardou tudo isto durante a normal hora de almoço.
Para um membro dos Marados Folkloricus da Infante Santo, isto era perfeitamente normal.

Cor do dia 19


Cor de Buganvília.

domingo, setembro 18

Quintinha


Olha só a carinha dele, tão branquinho! O Marcelo quando defendia as cores do Grupo Desportivo da Quintinha. Só não sei quais eram as verdadeiras cores nesta foto. Está um bocado arroxeada.
Eu tive um camisola, a nº 14, do tempo da primeira equipa do Quintinha, lembro-me que era branca com colarinhos azuis (ou verdes) e tinha o emblema do Grupo estampado na frente.
Mas isto era de quando o clube jogava futebol de 11 e disputava campeonatos regionais ou coisa parecida. Lembro-me de ir ver jogos ao 1º campo do Futebol Benfica que era, imaginem, mesmo em frente à igreja de Benfica.

Solposto


Há pelos menos 30 anos que fotografei esta casa pela primeira vez.
Desde então, nada mudou na casa nem na paisagem em redor.
Casa por cima do mar, céu por cima do mar, gaivotas por cima do mar, nevoeiro por cima do mar, luar por cima do mar e hoje um pôr de sol sobre o mar.

Porta com gato



Ontem à tardinha, nos reflexos do pôr do sol sobre o mar das Azenhas.

sábado, setembro 17

Cor dos dias


Cores de fim de semana. Todas no meu tapete da casa da praia.

quinta-feira, setembro 15

Boa ideia Marcelo

Eu, até sou um "dono de casa" COMO TANTOS OUTROS que se cruzam comigo empurrando o carrinho das compras no Super ou Hipermercado e que às vezes andam à procura de uma moedinha de 50C para ter direito a um carrinho.
Pois bem, há alguns meses (na noite triste do velório do amigo Valdemar) o Marcelo ofereceu-me um porta-chaves com um engenhoso sistema de porta-moeda especial para carrinhos de compras de supermercado.
Desde então muitas pessoas me têm perguntado onde comprei. Eu digo sempre: "foi um amigo que me ofereceu", e penso sempre, tenho que me lembrar de dizer ao Marcelo que isto foi uma pequena grande ideia, nunca mais me faltou a moedinha para os carrinhos.
Hoje lembrei-me e então aqui fica o contacto para quem quiser. É só falar com o Marcelo: MIR Publicidade, tel.:963 066 545 ou 212 225 964.

Ainda em Lamego


E já que estamos a visitar a Sé de Lamego, aproveitamos para almoçar á maneira mesmo aqui ao lado, ou melhor mesmo aqui atrás, no pequeno mas importante Restaurante "Trás da Sé". Saborear uma dose de Coelho Guizado com Feijão e Massinhas acabadinho de cozinhar é obra! E se for acompanhado com um jarrinho de Vinho Branco do Douro, então é obra de arte. Mas para quem não gosta de erbívoros orelhudos roedores, há outras coisas (muitas) muita boas.

Alto relevo




Estranhos pormenores do alto relevo dos arcos da porta principal da Catedral de Lamego.

Viseu e Vila Real


Inaugurei no mês passado uma Autoestrada espectacular que liga Viseu a Vila Real. São quase 100 kms seguidos de estrada em que dá gosto rodar de automóvel. Para quem não tenha muita pressa, vale a pena manter os limites de velocidade e apreciar a paisagem. O traçado segue sempre por altitudes que permitem abarcar vistas extraordinárias dos planaltos até perto de Lamego, e depois os montes e vales fundos e as encostas do vinho do Douro entre Lamego e Vila Real.
Finalmente, o IP3 é uma linha quase completa de autoestrada, a SCUT Interior Norte, desde Sta. Comba, Castro Daire, Viseu, Lamego, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Chaves.
Para já, vale bem a viagem nem que seja só para visitar Lamego.

quarta-feira, setembro 14

As pontes de arame


Até há poucas semanas só conhecia destas pontes na Ilha dos Piratas no Disney World, no Eurodisney e em filmes de aventuras na selva nas montanhas americanas ou reportagens sobre o Tibet.
Nem sequer fazia ideia que existiam e muito menos que ainda tinham a sua utilidade coisas destas neste nosso Portugal continental.
Mas é verdade que mesmo por acaso, este ano nas minhas voltinhas pelas terras do Barroso e do Basto, encontrei logo 3 delas ainda em bom estado de utilização.
Nos concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Ribeira de Pena, duas delas cruzam o Rio Tâmega e outra o Rio Bessa.

As Quinas



Encontrei-as. Afinal há muitas imagens. Esta internet é uma coisa!!!

Ainda os amorfos

Não encontrei uma imagem da velha caixinha das Quinas com os 40 amorfos de madeira, mas vou escrever na mesma. Se quizerem ver podem procurar no meio das 43 mil caixas da coleção do Museu dos Fósforos de Tomar, fiquem a saber, no Convento de S. Francisco.
Isto vem a propósito de uma blague que o meu velho colega Boaventura Aguiar. Este doutor em filosofia e sonoplastia dos estúdios do Lumiar, costumava contar há já 30 anos...

- um gajo chega ao pé de um amigo e pergunta: tens uma caneta que me emprestes?
- o amigo responde: não, caneta não tenho, mas tenho pena.
- ó pá então empresta aí a pena que também serve.
- não é isso, eu tenho pena de não ter caneta para te emprestar!
- o amigo apreciou o trocadilho e resolveu aplicar o silogismo.
- sempre que alguém lhe pedia fósforos para acendero cigarro, ele retrucava: fósforos não tenho, mas tenho isqueiro.
- ó pá então dá-me aí lume se faz favor.
- não, não, eu tenho isqueiro de não ter fósforos para te dar lume!

Estado amorfo



Estou como esta casa,
alcandorada na falésia
entre as Azenhas e a Aguda
entre a noite e o dia,
entre o sol e a lua,
entre o ceu a terra e o mar...
não sei se é tempo de ir
ou se ainda vou ficar?
E ainda dizem:
há mar e mar,
há ir e voltar!
Afinal o verão está a acabar. Já foi a procissão da Sra. da Praia.

terça-feira, setembro 13

a foto do dia


Interessante esta foto de hoje do site de Astronomia da NASA (Astronomy Picture of the Day). http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap050913.html

segunda-feira, setembro 12

O hermafrodita


Lembro-me que havia um puto na 4ª classe da minha escola Primária que ficava lixado quando os outros putos lhe chamavam hermafrodita. E tinha razão o coitado. Um gajo ser comparado com os bichos que deixam rastos de baba e ranho pelas paredes acima, é uma merda.

Já não sei porque é que chamavam isso ao puto, mas a explicação da origem da palavra está muito bem descrita num clássico poema de E. M. de Melo e Castro, que podem ler em http://cseabra.utopia.com.br/poesia/. No início pensei: este "E" será de Eugénia? Se assim for parece que a Geninha sai ao pai. Mas não. Afinal é um "E" de Ernesto.
De Hermes e de Afrodite o filho esbelto e amado,
de Salmacis oscula o corpo melodioso,
e a ninfa treme e ondeia o moço deslumbrado,
com um prazer que chega até a ser doloroso...
Chegou ao vasto Olimpo a rogativa louca;
e Zeus, o grande Zeus, cuja força é infinita,
as duas bocas transformou numa só boca,
e dos dois corpos fez um só: HERMAFRODITA!

Premiado CCB

PONTE de ARAME

Não, não foi no Centro Cultural de Belém. Estou a ler agora um Prémio CCB (Camilo Castelo Branco) de literatura atribuído ao romance "A Gata e a Fábula" de Fernanda Botelho. Uma Fernanda também ela formada em Filologoia - como o Fernando Assis Pacheco - pela Univ. de Coimbra.
Vidas, sentimentos, hábitos, tradições, imagens de outros tempos no Minho e... arredores. Mesmo a propósito, passei há 15 dias em Ribeira de Pena onde cruzei o Rio Tâmega utilizando uma velha Ponte Pensil toda ela feita em arame; a mesma ponte por onde o nosso Camilo atravessava o rio durante os seus passeios pelos arredores das formosas quintas e solares desta região de entre Minho e Trás-os-Montes.

sexta-feira, setembro 9

O amolador



Descobri que tinha em casa há já alguns anos um livro que, devido a um inexplicável preconceito da minha parte em relação ao autor, nunca tinha lido. Num destes dias ociosos de férias resolvi fazer uma actualização de leituras e lá peguei no primeiro e único romance de Fernando Assis Pacheco - Trabalhos e Paixões de Benito Prada.

Extraoridinária narrativa. Não podia ser mais viva a minha memória do Zé Galego, o amolador ou afiador que todos os anos anunciava o fim do Verão e os prenúncios do Outono, com o peculiar toque da gaita de madeira. Aquele som de sobe e desce na escala, ecoava pelas sossegadas travessas e largos da Porcalhota e durante um tempo, a Roda do Zé amolador estacionava algumas horas por dia à porta da "Parreirinha da Porcalhota". Ali no largo, saltavam faíscas da pedra de esmoril ao raspar as lâminas das tesouras que as vizinhas traziam para afiar. E o Zé galego contava histórias de viagem...
Quando ou se por acaso lá no outro mundo, um dia eu me cruzar com o Assis Pacheco, quero agradecer-lhe ter escrito esse romance.

quarta-feira, setembro 7

Retrocesso


Esta aldeia faz despertar qualquer coisa na minha memória de que não me consigo ao certo lembrar. A minha cabeça está mesmo mal, nesta corrida vertiginosa para os 7 anos passados além do meio século. Será um prenúncio de Alzheimer ou um problema místico relacionado com o número 7?

7 dias durou a Criação... e 7 anos serviu Abel de pastor, 7 dias por semana enquanto as 7 pragas desciam sobre o Egipto para espiar os 7 Pecados Mortais. Depois vieram Os 7 Magníficos que cruzaram os 7 Mares e se juntaram com Os 5 Cavaleiros do Aposcalipse (os 4 de Inglaterra e mais o famigerado Magriço de Portugal) e passaram a ser Os 12 Indomáveis Patifes.

Aparte esta dissertação histórico-filosófica, sei que me queria recordar de uma coisa relacionada com folclore e de repente, lembrei-me. Nos programas da RTP do meu tempo de artista da caixinha de imagens, havia um apresentador, o Pedro Homem de Melo que também era Poeta ou dizia poemas:

Estafei-me a fazer body-bord
No mar de ondas do teu cabelo.
E naquela praia consegui o record:
Ler todos os livros do Tiago Rebelo.

Paragem do Fotociclista


Nesta viagem o fotociclista vai à Capela, quer dizer, vai sem o acompanhamento musical.
E também vai à Capela da Srª. de Belém, talvez para uma prece, talvez para recuperar forças sentado no velho banco de genuflexório.

A Capela é bonita de ver, está bem cuidada, só é pena ter sempre, como se vê na fotografia, uns quantos kms de fios de electricidade e telefones a atravessar o horizonte em todas as direcções. Todas as perspectivas que se procure para fotografar, ficam riscadas com a porra dos fios pretos. Mas é assim em muitos dos nossos locais de interesse turístico.

Parece que o pessoal das empresas contratadas pelas Companhias dos Telefones e de Electricidade se está borrifando para quantos fios passam por onde passam ou se ainda fazem faltam ou já lá deviam estar porque não têm uso, etc. etc. Penso até que fazem questão de decorar o horizonte com quantos mais fios melhor, talvez uma forma de demonstrar, à vista desarmada, o fruto do seu trabalho. Quando é preciso, para não haver dúvidas, passam mais um ou dois (para reserva que mais tarde já ninguém sabe a que se destina) cabos aéreos e está despachado o serviço.

Aldeia em verso

O POÇO
Chama-se Gouveia, e é uma aldeia Saloia, ali logo a seguir a Fontanelas, para quem vem do mar p'rá terra ou vice-versa para quem vai da terra p'ró mar, antes de Fontanelas.
Neste caso era para quem visse verso. O verso que está gravado nos azulejos do poço à entrada da aldeia, para quem vem de Sintra, junto à Capela da Srª. de Belém.
E diz assim:
POÇO Nª. Sª. DE BELÉM
A SUA MAIOR RIQUEZA
É A ÁGUA QUE ELE CONTÉM
IGUAL NA SUA PUREZA
A NOSSA SENHORA DE BELÉM.

terça-feira, setembro 6

Afinal havia outra


Com o som de Mahler, Sinfonia nº1 "Titan" gravado no MP3, encafuado nas orelhas a entrar pelo cérebro dentro, eis o nosso Fotociclista em passeio pelo litoral Saloio. E pára junto a uma fonte com a ideia de refrescar. Mas água este ano é coisa rara e nesta não há nem uma gota já faz alguns meses. Não por acaso, felizmente havia outra mais adiante e tinha água fresca. Ora ainda bem, porque se assim não fosse, esta aldeia não se chamaria de Fontanelas.

Estou a chegar


Venho na onda, ó gentes, não sei qual mas o que importa mesmo é apanhar uma qualquer e sair a navegar. Vou levar a Porcalhota até à beira-mar ou recuperar a Praia da Porcalhota.
Pode ser qualquer coisa, ainda estou a reinstalar-me na navegação com este computador partilhado.
Vai ser devagarinho, estou um bocado destreinado, mas já é um princípio de actividade intelectual(?) que me estava a fazer falta. Já há uns 3 meses que tenho o cérebro a trabalhar ao "ralentir".
Nos últimos tempos a minha actividade mental tem-se limitado à contagem das ondas, para apanhar as setes e acelerar numa esquerda ou numa direita, consoante as correntes marinhas do dia, na Praia das Maçãs.
Um abraço para o pessoal do Surf e Body da Praia. Na sexta feira eu lá estou.