Colegio Lusitano
Toda vermelha, talvez uma Hannomag do tempo da 2ª Guerra Mundial, com O Sr. Grossinho (gordinho, genro do Sr. Director) como "chofer", recolhia de manhã e levava à tarde a rapaziada - só rapazes, não havia misturas nesse tempo.
Na volta: pela Buraca - Bairro Taxa (o Luís Subtil Teixeira); Venda-Nova (o filho da actriz Mariema, junto à taberna do Corvo); Bairro das Cruzes (um filho família da mercearia e taberna dos Valentes); Porcalhota (o João Caldeira e Eu); Amadora (o Esteves, puto "bera" de uma mercearia, drogaria e taberna, do Bairro da Mina ); até Queluz (o Víctor Pombal). Tudo filhos da "pequena burguesia" regional.
Isto faz-me lembrar dos outros putos, os que andavam na Escola da Câmara (oficial) ou que nem sequer andavam na escola. Hei-de falar de alguns, meus companheiros de brincadeira de rua.
De volta ao Colégio, encontramos na 1ª e 2ª classes a Prof. Leontina, na 3ª e 4ª o Prof. Pinto, carrancudo, sobrancelha hirsuta, com a régua de madeira - a D. Balbina - sempre pronta para punir as falhas de memória durante a tortura das "chamadas ao quadro". Era tramado!!!
O Director, autoritário mas afável, sempre que algum aluno falava demais, utilizava a expressão que eu gravei: "Oh rapaz! Já chega. Não asses mais carapaus fritos!".
E foi assim, até os Padres tomarem conta do Colégio no meu 5º ano do liceu, altura em que já saltavamos o muro do colégio para dentro da Mata e íamos apanhar folhas de Amoreira para alimentar os Bichos da Seda.