quinta-feira, dezembro 30


Começar de Novo

Vou tentar.
Pelo menos retomar as actividades logo no início do ano 2005.
E já não penso nas actividades extraordinárias. Para começar só precisava regressar à actividade normal, banal, do dia-a-dia, sem grandes sobressaltos.
Depois de equilibrar as coisas da vida diária, talvez consiga tempo e espaço (mental) para qualquer coisinha mais interessante, como escrever ou pintar.
Por agora, vou - talvez - fechar aqui antecipadamente o ano de 2004.
Se esta bruta crise me deixar, volto(?) para o ano. Vamos ver se consigo..?

quarta-feira, dezembro 29

Para o JC


Imitador dos Lusitanos.
Primeiro, um agradecimento simples:
- Um abraço ao amigo de sempre, Marcelo “Otis Redding”, por esta capa do disco (e pelo disco single 45 rotações) que conservou cuidadosamente durante tantos anos. Abraço extensivo a todos os outros amigos que também me conservaram mais ou menos cuidadosamente ou pacientemente durante tantos anos. Duas vezes, obrigado!

Segundo, uma explicação complicada:
- Tendo em atenção a PALAVRA DE MESTRE (que aprecio sinceramente) e sem ironia, NÃO VOU agora tecer uma série de considerações que tenho em mente, sobre a escrita, as formas de escrever, os objectivos, os leitores, etc. etc. Pró ano talvez?
Só digo que, aqui no blog… enfim tenho dias!!!
Por vezes meia dúzia de palavras apenas sobre uma imagem sobre um sentimento ou… sobre a falta deles. Às vezes são ideias ou sentimentos que levam com imagens em cima. Outras vezes apenas “flashes” de memória, histórias ou factos da história ou curiosidades históricas ou até... banalidades. A maioria das vezes, uma grande mistura destas coisas todas.

Resumo em duas palavras (das quais, por sinal, até nem gosto muito): CATARSE ECLÉTICA.
Porque “animar” este blog tem sido a “escada” de saída da profunda depressão que me atrai nos últimos 2 meses.
Mas isto está a ter a sua piada. Até parece um “fórum” em vez dum “blog”. Cada um com as suas ideias e maneiras de ver, está à vontade para as expôr, e tudo graças ao 25 de Abril (e também ao Bill Gates).
Não podemos ter unanimidade. CONTROVÉRSIA É QUE É BOM.

terça-feira, dezembro 28

10 Anos, é Muito Tempo

No Bichão nº 2.
Canção do Paulo de Carvalho, editada na altura, 10 anos antes das cenas de Amesterdão. Era o tempo em que esta amplicópia 50x60 – excelente trabalho fotográfico do Sr. Quim - fez parte da decoração do “famoso” 6º andar da Columbano, ao qual nem todo o Pessoal da Porcalhota teve acesso. Por razões diversas que não interessam agora, houve apenas uma restrita minoria de visitantes convidados, um pouco à semelhança do que teria sido norma no Bichão nº 1 (Reboleira), dos nossos amigos com mais 3 ou 4 anos de experiência na matéria.
O “Bichão 2” teve outros dirigentes e outros convidados, no entanto as actividades culturais e artísticas que lá se desenvolveram foram basicamente as mesmas.

1º – Na área da Sociologia e Psicologia, procurámos aperfeiçoar as relações interpessoais, orientando as acções para a vertente mais problemática da sociedade da época (e de sempre): as relações com o sexo oposto. Actividade essencialmente prática, teve em vista, acima de tudo, aprofundar o mútuo conhecimento e melhorar os métodos de aproximação de molde a minimizar o choque ou impacto inicial das primeiras investidas – a chamada canção do bandido.
Considero que tivemos muitos sucessos nesta área, principalmente graças a alguns sacrifícios de um e outro dos dois dirigentes masculinos da casa. Houve poucos casos de insucesso cuja culpa não se pode atribuir a inépcia (talvez apenas falta de vontade) do candidato.
De entre os casos (catastrófico) mais marcantes para o grupo, ficou na história do Bichão 2, uma frase pronunciada in extremis (à revelia dos bons princípios do local) por um convidado impaciente, pouco experiente e assaz mal-formado na matéria: - “pois é, ficam já a saber que são todos casados menos eu!”Boino dixit.

2º - No domínio das Artes, sobressai um importante trabalho na Fotografia. Reportagem de rua, de eventos artísticos, políticos e até casamentos e baptizados. Com o equipamento fornecido pelo Quim e graças à acção de marketing da dirigente feminina do Bichão e dona do apartamento, a actividade na fotografia atingiu níveis de autêntico profissionalismo.
Só de um instantâneo do Camarada Vasco (o General) foram impressas e vendidas milhares de cópias, de tal modo que o negativo que ainda tenho hoje, já não se consegue processar num laboratório normal.
Na fotografia de estúdio, o portfolio era deveras interessante mas indisponível para publicação. Houve lugar para exposições e participação em concursos internos e externos num dos quais tivemos o 2º e 3º prémios (selecção de E. Gageiro).
De salientar ainda o extraordinário empenho com que levámos a cabo diversas acções de formação na Câmara Escura do nosso Laboratório de impressão e revelação de fotografia. O objectivo principal destas sessões era, fazer vir, ou trazer, ao de cima a sensibilidade artística das candidatas, promovendo a exacerbação do sentido táctil provocada pela ausência de iluminação. Sentidos à flor da pele – método impecável.
Uma destas sessões está na origem da nossa habitual forma de chamar ao Quim, Senhor Quim. Hoje já podemos contar.
Enquanto eu industriava na Câmara Escura uma excelente e prometedora formanda, o Quim, nos confortáveis sofás da sala de espera fazia o sacrifício de entreter uma outra candidata, jovem artista do elenco da peça em cena na Filarmónica. Penso que a vontade não era nenhuma, o sacrifício era mútuo, mas talvez motivada pela ideia de cair nas boas graças de gajos importantes (até certo ponto) e fazer parte do grupo, a pequena saltou para o colo do rapaz e num tom de voz de entusiasmo diz: - “ai, Sr. Quim, gosto tanto de si!”
A 7ª arte, teve também os seus momentos de glória no Bichão 2, com a exibição em estreia nacional de películas directamente importadas da Suécia e da Tailândia.
...a continuar, se não for sensurado

Amsterdam Canal

Zona histórica em 1988.
O "pessoal" não aprecia assim por aí além as histórias com tendências p´ró eruditas aqui no blog. Não vão lá muito à bola por intelectuais. Têm razão. Mas também não é preciso "baixar o nível", é só não levantar muito a bola - yeah! rente à relva.
Por isso vamos a (outras histórias) mais um episódio da viajem que teve como primeiro ponto forte a estadia em Amesterdão (e o segundo em Paris) em Maio de 1988. Foi nesta rua do bairro típico da parte velha da cidade, que um dos mânfios da Porcalhota foi eleito para beneficiar dos prazeres imorais anunciados numa das montras que se conseguem ver (ou imaginar) à esquerda da foto, para onde eu estou a apontar e talvez a dizer - "espera aí um bocadinho que já lá vamos!" (em holandês - "het wacht daar één minuut dat reeds wij daar gaan!").
O preço, pago por quotização entre todos, depois de um quarto de hora de perguntas técnicas à especialista escolhida na montra e inspecção criteriosa da mercadoria a transaccionar, foi de 50 Florins.
Finalmente, o acordo, o pagamento e a entrada em acção do nosso "rapaz", que não vou dizer quem é - só adianto que era o dono da carrinha e da cassete com aquela música do José Malhoa "As 24 Rosas" que nos servia de "incentivo" no reiniciar da viajem todas as manhãs.
Demos uma voltinha ao quarteirão (que por acaso não era um quarteirão mas uma série de ruelas e canais em redor de uma Igreja) para ver o resto do panorama e voltámos á loja. Não tinham decorrido 10 minutos e...
...agora vou fazer como o Zé Machão - "oh! Quim explica lá aqui neste blog o que é a Exploração do Homem pelas Mulas".

segunda-feira, dezembro 27

Parreirinhas da Porcalhota


O Ferrador
Pendurada no grosso barrote de madeira que sustentava o tecto havia uma tabuleta branca com letras vermelhas, que eu ajudei o meu Pai a pintar. Tinha escrito “Parreirinha da Porcalhota V”, porque se contavam apenas 5 Tabernas em funcionamento nos “domínios” da Porcalhota daquele tempo. Eram elas, começando do Bosque para baixo:
1 - a do Aires Piteira (com Jogo de Laranjinha); 2 - a dos Ciganos (a mais antiga, ainda com o chão de terra batida, também com laranjinha, na esquina da Trav. da Falagueira, frente do Chafariz); 3 - a do Oliveira (na esquina oposta); 4 - a do Carvoeiro (quase frente à Filarmónica); 5 - a do Ferrador (como sempre foi conhecida a Parrerinha V).
Das coisas que faziam parte dos adereços daquela taberna, para além dos normais cascos de vinho, do pote que se vêm na foto e do Relógio que eu guardo, ficaram na minha memória duas antigas estampas emolduradas:
- uma apresentava nas “Escadas da Vida” o homem subindo desde o nascimento, aos 10, aos 20… até aos 50 anos e descendo depois até aos 100 anos;
- a outra, era uma imagem de um Ferrador na sua oficina a calçar um cavalo.
Esta estampa, muito perfeita, era como que o símbolo do local. O primeiro proprietário da loja (Tio do meu Pai e Avô do Henedino Júnior) também era conhecido pelo “Ti Ferrador”. Até a mim, é curioso, ainda não há muitos anos, as pessoas mais antigas da Porcalhota me chamavam de Ferrador.
A loja, diziam, teria sido antes estrebaria da Quinta do Assentista, Quartel das Carroças dos Bombeiros e oficina de Ferrador.
Hoje é Restaurante - "Argola Dourada", vou lá um dia destes almoçar.

domingo, dezembro 26

Bolo de Natal

Finalmente terminou.
O Natal de 2004.

Não foi melhor que o de 2003. Antes pelo contrário.
Mas continuamos, sempre com esperança de que melhores dias hão-de vir.
Agora é só aguardar pelo Ano "novinho em folha" que está aí a chegar. Falta pouco para estrearmos o 2005. Vamos começar tudo de novo, com aquela sensação de que o que fica para trás já não vale. Fazemos o balanço e fechamos o livro. Preparamos um novo livro com as páginas todas em branco e vamos escrever a história, a nossa história - é uma sensação extraordinária, um livro, um caderno ou uma tela em branco. Fico com uma vontade doida de escrever de riscar...
Mas aquela ideia, "Ano Novo Vida Nova" dura somente alguns dias. A gente desce à terra e regressa a Portugal Sec. XXI. Grande porra! Está tudo na mesma, senão pior - o Governo está lá mas afinal não está, o Processo Casa Pia ainda vai pela pia abaixo, o Apito Dourado qualquer dia enferruja, a Assembleia da República faz de conta que é importante, os Políticos só "politicam" por baixo e não fazem nada que se veja para melhorar isto tudo.
E chega de merdas. Hoje é dia de pijama, vou ficar junto à lareira para esquecer as atribulações dos últimos dias, a ver os filmes da tarde: "Harry Potter e a Pedra Filosofal" e o "Senhor dos Anéis e as Duas Torres".
Nesta tarde vou combater e ganhar muitas batalhas na velha, na única, na verdadeira Guerra deste planeta (ou da mentalidade humana) - a luta do Bem contra o Mal.
Valha-nos a imaginação!

sexta-feira, dezembro 24

Bom Natal

Um Natal, para todos!
Natal... baahhh!

quinta-feira, dezembro 23

De Lisboa-Rocio a Cintra

Almanak Ferin 1898.
Mais uma curiosidade do espólio da Tia Mocha, que estou certo o Porcalhoto amigo, "Pintelho-Pantas" da Pedro Franco, poderá apreciar.
Naquele ano de 1898 a passagem do Rocio à Porcalhota em 1ª classe custava a módica quantia de 260 Reis: Dois tostões e meio. Uma moedinha de 1 Cêntimo de €uro de agora dava para fazer quase 8 viagens.
Neste Almanak, entre os Decretos-lei (alguns talvez ainda não revogados por novas Leis), encontra-se uma Portaria Publicada no Diário do Governo nº 90 de 26 de Abril, que diz assim: "...fica determinado que o chefe do departamento marítimo do centro prohiba a apanha das ostras na margem direita do Tejo, entre a Torre de Belém e Braço de Prata."
Porquê? Não explica. Seria pela poluição, para defeso dos viveiros da espécie ou era só para chatear os desgraçados dos apanhadores de ostras de Lisboa e favorecer a importação de ostras da Comunidade Europeia da época?
Só mais uma. Entre o séquito de oficiais naquele ano nomeados Ajudantes de Campo de Sua majestade El-Rei (D. Carlos) encontravam-se: o Coronel de Infantaria, José Estêvão de Moraes Sarmento e o Tenente-coronel de Cavallaria, José António de Moraes Sarmento.
O reinado de D. Carlos durou um bocado mais do que este nosso último Governo. Será que isto agora ia lá com 2 Sarmentos?
A tradição... chiça!

terça-feira, dezembro 21

A Sociedade em construção

Edifício 3 - 1ª parte.
Nesta foto, cedida pelo amigo Rui Salvador (também ele da Pedro Franco e sócio da SFRAA) pode ver-se ainda nas na parte de trás do edifício em construção, o resto do 2º edifício - a parte do palco. O tempo desta construção deve ter sido pelos anos 60.
Decerto nesta altura a sociedade já não tinha que pagar o "Foral".
Isto no dizer de um dos directores que nos anos 50 mais dinamizou a Sociedade, o tio do Carranquinha - Ti Manecas. Segundo ele me contou há dias, a SFRAA estava isenta do pagamento de alguns impostos sobre as suas receitas, mas tinha que entregar anualmente à Câmara de Oeiras uma contribuição em dinheiro, equivalente a não sei quantas Galinhas, Patos e outra Criação.
A designação desta espécie de imposto, não seria provavelmente "foral" (talvez "dízima") mas não deixa de ser curioso e pode ser coisa para pesquisar nos arquivos da Sociedade ou da Câmara Municipal. Só em 1950 e tal ou 60 é que a Direcção, coadjuvada segundo percebi, pela importante acção do Sr. Pombo, conseguiu a isenção dessa contribuição.
Não percebi muito bem que espécie de requerimentos foram feitos, mas talvez tenho sido feito um pagamento equivalente a muitos anos ou qualquer coisa do género "ad perpetuum rei memoriam", ou seja, para todo o sempre.

segunda-feira, dezembro 20

Prato Calendário 1892

Espólio da Tia Mocha.
Minha tia-avó Ermelinda Mocho.
Guarda Chuvas muito bons e baratos.
Leques e Sombrinhas de phantasia.
Rua Nova do Almada, 92.
Casa de Albino José Baptista.

domingo, dezembro 19

A História do Barco

Rio Lizandro, 1974/75.
A verdadeira razão porque não entram mulheres nos encontros do pessoal da Porcalhota.
Foi tudo por causa deste barco, que quatro "galifões" da Porcalhota fizeram questão de carregar pelo areal fora, desde a barraca do dono até ao rio. Foram aí uns 100 metros.
E ainda... ter que voltar a carregar aquele pesadelo de volta para a barraca.
Portanto, qualquer que tenha sido a razão, podemos dizer que foi uma razão de peso.
Mas, o pior, pior, é que todo esse trabalho foi debalde, quer dizer foi uma banhada!!!

Automóvel, made in Porcalhota

Modelo Topo de Gama.
Componentes:
Um bocado de Arame de Fardo - rodas, eixo, tripé e volante).
Uma Cana meio seca (limpa e cortada à medida do condutor)- o chassis.
Duas ou três Caricas - conforme o tipo de direcção (assistida ou não) e da suspensão.
Uma Rolha de Cortiça ou uma Bolota dos Carrascos do mato - manete das mudanças.
Uma Lata de Conservas - o porta bagagens.
E depois era preciso pernas para acelerar e jeitinho para evitar amachucar as "jantes" nos buracos dos caminhos dos arredores da Porcalhota.
Os melhores aceleras da época:
Marcolino (da oficina de automóveis por trás do prédio do Caneças);
Guilherme (e Raimundo, dos Bainetas);
Zé Augusto (e Carlitos, filhos da D. Augusta);
Entre os mais desajeitados encontrava-se António "Calmeirão" (irmão do Júlio Gomes, morava nas casas do páteo do "Cabra Alta" , o da fábrica dos cordões).
Entre os séniors da altura, que me lembro, havia o Pedro Carranquinha (do Casal no Bairro das Cruzes) que trabalava na fábrica do "Cabra Alta" e o Fernando Ministro "o Morto".

sexta-feira, dezembro 17

Sra. das Neves

Fim de semana na Estalagem.
Vistas a perder de vista. Horizonte aberto para Nascente, Sul e Poente.
Na Serra de Bornes a 1.200 metros de altitude.
Macedo de Cavaleiros, Trás-os-Montes.

quinta-feira, dezembro 16

Porcalhota, anos 50

Nº 108 da R. Elias Garcia.
Quem tiver interesse e paciência para ler os textos deste blog em que se fala de coisas da Porcalhota, apercebe-se com certeza das inúmeras referências às Tabernas da região. Pode então pensar, então, “filho de taberneiro…”.
Mas não é (só) por isso. Na verdade as tabernas da Porcalhota (assim como em outros lugares) até 1960, eram o ponto de encontro dos vizinhos. O local de paragem para descanso dos viajantes. O sitio onde se ouvia a Rádio - a “Parada da Paródia” dos “Parodiantes de Lisboa”, todos os dias à hora do almoço.
O local onde se falava sobre as últimas novidades da terra e do País e só não havia comentários políticos porque a PIDE tinha ouvidos em todo o lado e, nunca fiando, entre os presentes poderia sempre estar um informador. (A propósito disto, lembro-me de um aviso que a minha mãe me fazia, quando eu já ia sozinho para a escola em Benfica, - "Luis Manuel, não pegues em papeis impressos que aparecem às vezes aí espalhados pelas ruas. É muito perigoso ser apanhado com essas coisas escritas contra o governo").
Durante o dia era sala de estar para os desocupados. Era uma espécie de gabinete local do desemprego. Posto de correios para alguns trabalhadores sem morada certa. Serviço de informações para visitantes à procura de alguém ou de algum serviço.
No fim do dia, ali se passavam algumas horas de lazer - ainda não havia televisão em casa frente ao sofá – um bagacinho para a digestão, um joguinho de cartas e no fim da noite mais um bagacinho para a sossega. Às 10 da noite, tudo para rua e porta fechada, que a fiscalização era a sério.
As Tabernas eram assim uma espécie de “marcos miliares” da estrada que ligava Lisboa a Sintra, a Rua Elias Garcia. Quando se pretendia indicar o local de um acontecimento ou a morada de alguém era normal utilzar como referência uma Taberna ou os outros marcos significativos da Porcalhota:
- O Chafariz, a Ponte sobre o rio, a Filarmónica e uma ou outra Quinta.

quarta-feira, dezembro 15

Estou-me a passar!

"os... do Pai Natal"
Não me apetece nem pensar.
Cansado dos inevitáveis eventos impróprios desta época.

terça-feira, dezembro 14

Alaminuta

Gastronomia Brasileira
Alaminuta: Bife; Batatas Fritas; Arrôz; Ovo estrelado; Salada.
Isto é nem mais nem menos que um Bitoque em Portugal.
Mas um Bitoque na Provence (França) e no País Basco (Espanha-França) é nem mais nem menos que um Hamburger.
Mas Hamburger na Alemanha é uma Equipa de Futebol da 1ª Liga, que por acaso perdeu com o Bayern München por 0-2 esta semana.
No meio desta confusão de designações, estou a ficar com uma fome do caraças.
Já nem consigo escrever.

segunda-feira, dezembro 13

À LAMINUTA

Contrastes, em Sta. Luzia.
No 1º plano a cor, no fundo o cinzento.
No 1º plano a nitidez, no fundo o esbatido.
No 1º plano a luz, no fundo a penumbra.
No 1º plano o movimento, no fundo a paralisia.
No 1º plano a juventude, no fundo a velhice.
No 1º plano a técnica moderna, no fundo a velha máquina.

sábado, dezembro 11

Hoje Não Há Blog

Só há um desenho do Miguel.
Dia todo dedicado aos trabalhos de montagem do Vídeo para o próximo encontro dos Amigos da Porcalhota.
Ponto de situação: está pronta a 1ª versão da abertura + os primeiros 20 minutos de vídeo.

sexta-feira, dezembro 10

Portugal de Cima

Viana-do-Castelo, a Princesa do Lima.
Antes de ser do Castelo, foi do Lima, da Foz do Lima e ainda antes foi apenas o lugar de Átrio ou Adro, até que em 1528, D. Afonso III, lhe concedeu foral com o nome de Viana.
Curiosamente a origem deste nome está ligada (como o da Amadora) a uma paixão fatal. Desta feita, na história ou na lenda, o infeliz apaixonado tem um caso com a Ana ("eu Vi a Ana") enquanto outro o caso era com a Dora ("eu Amo a Dora"). Mulheres... sempre as mulheres, na origem de tudo!
Por essas e por outras é que neste dia, almocei em Bucelas, fiz 400 Kms seguidos a falar sozinho até Viana, tomei um café, ouvi a mensagem da máquina dos cartões Galp Frota a dar-me os parabéns pelo aniversário e voltei para jantar em Massamá, com 800 kms de aperitivos no bucho. Apesar de tudo, foi uma sorte não ter recebido nenhuma mensagem de parabéns da Brigada de Trânsito da GNR.
Enquanto isso, um satélite da NASA tirou esta fotografia. De facto estava um lindo dia para viajar e para fotografar. Com um pouco mais de zoom conseguíamos ver o meu carro na autoestrada A28 - uma daquelas SCUD'S que vai deixar de ser? Espero que não! O que poupei na portagem Porto-Viana e volta, ainda deu para lá comprar um Bolo-Rei e meio quilito de Tripas Enfarinhadas - grande petisco.

10 de dezembro de 1948

Há 56 anos nasci eu e a

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM
ADOPTADA E PROCLAMADA PELA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU
NA SUA RESOLUÇÃO 217A (III) DE 10 DE DEZEMBRO DE 1948

De todos os artigos desta Declaração, o que eu mais gosto é o:

Artigo 24.º
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.

quinta-feira, dezembro 9

New York Limo

No Verão 2002.
Estava eu lá com o Carranquinha, o autor desta fotografia. O nosso amigo, chega esta madrugada ao aeroporto de Lisboa. Quem se lembra daquele característico bater do pé no Top Spin do ping-pong? E a precisão das tacadas de bilhar? Continua um mestre.
Infelizmente, ainda não é desta vez que ele vai ao encontro anual do pessoal, porque regressa aos States em 29 de Dezembro. Vou tentar combinar um jantar com ele e avisar o pessoal que queira ir. Depois digo.
Agora, não há tempo para mais, logo vou até Valença do Minho e não sei ainda quando volto!?

quarta-feira, dezembro 8

Reencontros 1 a 10


1- Júlio César e Júlio Amaro - Chança, Jan. 2002
2- Camacho e Marcelo - Chança, Jan. 2002
3- Nelson e Zé YEYE - Sobral, Jan. 2003
4- Zé Paulo e Petra - Chança, Jan. 2002
5- Pai e Filho Pródigo - Entroncamento, 1984
6- Chico Luís e Valdemar - Palmela, Jan. 2004
7- Bruno e Esqueci o Nome - Palmela, Jan. 2004
8- Santos Mula e Zuca Tadeu - Palmela, Jan. 2004
9- Zé Carranquinha e Eu - Porcalhota, Dez. 2004
10- Um Gajo e Outro - Próximo encontro, Algueirão, 8 Jan. 2005

terça-feira, dezembro 7

Estou Farto de ter..

uma Garagem em Massamá!
Que não me faz falta nenhuma e PRECISO VENDER.
Grande Porra! Um dia destes faço leilão. Vejam lá se alguém quer comprar.
Até já vendo abaixo do preço de custo.

Montagem 2004 - dificuldades

Estamos um bocado atrasados!
A produção "GIGIKIM" do vídeo de 2004 para apresentação no próximo encontro, está complicada. Começou tarde a montagem e surgiram alguns problemas relacionados com a captação das imagens para o novo software de post-produção vídeo do meu portátil.
Falta de tempo, compromissos imprevistos que me obrigam a viajar, mais uns quantos problemas de solução difícil que me transtornam, são os principais motivos.
Mas, vou tentar não ficar mal.

segunda-feira, dezembro 6

ESPINGARDA, made in Porcalhota.

Os Putos da Porcalhota (1).

Para fazer esta rudimentar arma lançadora de varetas de chapéu-de-chuva, bastava uma vulgar cana, um pauzinho cortado em "L" do ramo de uma árvore, uma tira de elástico (de câmara de ar de bicicleta), um bocado de cordel e arame e as varetas (afiadas numa ponta e achatadas na outra).
Com esta arma, os putos do meu tempo, faziam campeonatos de tiro ao alvo. Não aconselho os putos de hoje a fazer (nem eles precisam) uma coisa destas, pois é deveras perigoso. Durante um desses torneios de pontaria, a minha mão esquerda foi literalmente furada por uma vareta inadvertidamente disparada por um amigo - o Victor Pombal, que ainda se lembra disso.

1926 Noves Fora Nada

No Teatro ADOQUE.
Ontem fui ao Circo no Coliseu dos Recreios em Lisboa e passei a pé no largo de Martim Moniz. Reparei no monte de entulho, lixo, ruinas, no sítio onde funcionou em tempos o TEATRO ADOQUE. Também é verdade que esse antigo barracão não ficava nada bem ali. Agora, não está mal, está uma merda. Tem projecto anunciado para o local, mas um daqueles projectos da Câmara de Lisboa!
A propósito, nos meus arquivos encontrei o recorte de jornal anunciando a estreia, em 1979, da revista (1926, Noves fora nada) em que também se estrearam nos palcos, Ana Bola, Camacho Costa e Manuel Luís Goucha. Entre os menos badalados, estreou-se neste teatro - ao serviço do balcão do bar - uma figura bem conhecida do Pessoal da Porcalhota, o Francisco José. Era tão grande a vontade deste nosso amigo de fazer parte de uma companhia de teartro, que (sem outra alternativa) ingressou assim no meio artístico da época.

sábado, dezembro 4

Mas, afinal, onde é que eu estava

no 25 de Abril?
Aqui mesmo, no largo do Carmo.
Cá está, vê-se perfeitamente, podem confirmar que estava lá, e do lado de cá, do lado do povo. Felizmente, já havia reporteres bons a tirar fotografias, porque senão, estava tramado. Ufff!
Acordei bastante tarde nesse dia porque (estava com baixa) tinha passado um bom bocado da noite anterior a trocar impressões, com uma amiga da Amadora, acerca do livro que ela me tinha emprestado para ler – “Os Subterrâneos da Liberdade”, de Jorge Amado.
A minha amiga: Maria.
Conheci a Maria no comboio para o Rossio quando ela ia para a Escola de Freiras e eu para o Colégio de Padres, curiosamente ambos na Rua do Salitre. Foi um espanto reencontrá-la alguns anos depois, já tão esclarecida politicamente antes do 25 de Abril. E depois da revolução chegou a ter algum relevo na SFRAA. Foi uma activista importante no despertar de algumas consciências no seio da Sociedade (não só a Filarmónica) da Porcalhota. Muita gente daquele tempo se deve lembrar da Maria. Os que embirravam solenemente com ela (ou com as ideias dela) como o Quim e os outros que achavam o contrário. Eu próprio estive diversas vezes em desacordo com a forma radical que utilizava para impor os seus ideais, penso eu, especialmente na altura em que fiz parte de uma direcção.
Mas, voltando atraz, afinal foi por causa da Maria que não ouvi as notícias nem me apercebi do que estava a suceder naquela noite.
Posso dizer que cheguei ao largo do Carmo sem grandes problemas e também sem perceber muito claramente o que se estava a passar ali. Fui andando atrás do pessoal que se ia juntando e pronto, assisti a tudo na primeira fila.
As minhas fotos desse dia ficaram uma trampa porque ainda não tinha, aquela máquina, a Nikon que fui comprar (com o Quim) a casa de um “Bruxo” ali para os lados da Av. Almirante Reis. Era de contrabando e custou 12 contos, mas valeu bem o investimento pois ganhei muita massa e diverti-me em grande a fazer fotografias durante os anos seguintes. E ainda funciona!

sexta-feira, dezembro 3

O 11 de Setembro

A minha equipa no Estúdio D.
A central de comunicações da Radiotelevisão entrava diariamente em contacto com a rede Europeia de Televisão (Eurovisão) para troca de notícias do mundo inteiro. Surpreendeu-me bastante constatar que alguns desses acontecimentos não podiam ser notícia na nossa RTP. Por exemplo, a minha entrada para operador da RTP, em 1970, coincidiu mais ou menos com a eleição de Salvador Allende para presidente do Chile. Era um daqueles acontecimentos que não interessava muito noticiar.
E por coincidência, eu também estava de serviço na noite em que o Allende foi despachado pelo golpe do General Pinochet, em 11 de Setembro de 1973. Curiosamente tinha estado a fazer a gravação e preparação para emissão (sempre com um jeitoso da PIDE atrás de mim a controlar) de uma Conversa em Família do Prof. Marcelo – não o da TVI, mas o outro o Caetano, o tal que “fez sinal à esquerda mas virou à direita”.
Passados uns dias, percebi ainda melhor, como afinal era arriscado trabalhar na estação de televisão nacional, quando uma brigada da ex-PIDE então DGS foi aos estúdios recolher o meu colega da Videotape, Joaquim Osório de Castro. Foi transferido com “licença sem vencimento” para as instalações de Caxias até ao 25 de Abril.

quinta-feira, dezembro 2

O Nome da Rosa!

No tempo da outra senhora.
Depois de fazer o fecho da emissão da noite nos estúdios da Alameda das Linhas de Torres, lá ia o rapaz mais o seu belo Simca até ao Teatro Monumental, onde esperava nos camarins que o JC terminasse mais uma sessão da peça (? só me lembro que tinha a Florbela em cena), para depois iniciar mais uma sessão de Porão da Nau.
O "Porão" era a minha alcunha na RTP daquele tempo. Estava no "top" das noites. Comida, bebida, muita música, muito som, muita gente, muitos artistas e muitas meninas. De uma dessas noites ficou-me o nome da Rosa. Ela sentou-se com uma amiga conhecida do JC, na nossa mesa e às tantas, a meio da conversa possível naquela barulheira infernal, o JC num aparte grita-me ao ouvido:
- "aquela pequena disse-me que quer ir contigo p'rá... rua!"
E foi, ou melhor fomos e demos tantas voltas na... rua que só regressei ao Porão passados alguns dias. O JC é bom companheiro.

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O meu Simca 1000

Na doca pesca - Portimão 1974.
Esta imagem um tanto amarrotada fixa a data em que o Zé Silva, Camacho, Mota e Eu, com 50 paus cada um para gastar, fomos procurar o Júlio Amaro a Portimão. Nem sabiamos o caminho para o Algarve, mas lá chegamos e nessa noite ficamos debaixo da ponte ao pé das caixas do peixe. No dia seguinte descobrimos a galeria do Amaro e... foi uma semana de festa. Ao almoço, sempre sardinhas no Venâncio e ao jantar, hamburger.
Depois de fazer-mos uma decoração especial na pintura do carro, um polícia local não parou de chatear e por duas vezes, inspeccionou minuciosamente todos os pormenores susceptíveis de multa (documentos, pneus, fechaduras, triângulo, e eu sei lá...) e não conseguiu perceber que o que estava colado no vidro (mesmo em frente aos seus olhos) no lugar do Sêlo do Imposto de Circulação, era um simples Sêlo de Correio.
Era mais o "nosso" Simca, o 1º carro que comprei, em 2ª mão por 40 Contos - um dinheirão. Um luxo, com telefonia, bancos fofinhos (faziam cama) e o motor lá atrás, no porta bagagens. Com 10 paus de gasolina, lá iamos passar um bocado da noite em Lisboa, a chatear as "piquenas" e os respectivos fregueses na esquina do Tivoli.
Dizia o freguês - "q'nhentos paus???, hôôôda-se!"
Retrucava ela - "uqué que queres? Tens q'nhentos paus hodes, não tens q'nhentos paus, não hodes!"

quarta-feira, dezembro 1

A Fogueira da Alegria

Xico Luís e Júlio César.

Estava a pensar nas iniciativas artísticas e culturais da Sociedade e veio ao de cima este título, que penso ter sido o de uma das últimas Revistas à Portuguesa levadas à cena na nossa colectividade.
E para uma Revista à Portuguesa precisavamos do "Compére". Também havia um, o Luís Carvalhinho. Conheci. A casa dele tinha uma porta baixinha como ele, e ficava abaixo do nível da rua (Elias Garcia) a seguir à Taberna do Piteira (aquela mais antiga onde se jogava a Laranjinha) próximo da ponte sobre o Rio.
Rio na Porcalhota? Pois, está lá escondido, é conhecida a nascente, eu sei por onde passa e sei que se o não tivessem encanado não teria sido tão grande a tragédia na Venda Nova durante as inundações de 1966.
.... esta coisa da Internet .... faltam-me imagens... porra de serviço!
Voltou o sistema a funcionar, já tem imagem, mas já não é preciso mais nada. O que falta já está nos comentários.

Gonçalo Anes, O Bandarra

Sapateiro de Trancoso.

Trovador e Profeta, 1500? - 1560.
No meu caminho para Trás os Montes, passo quase sempre por Trancoso. Na última vez, resolvi fotografar a família em companhia do famoso profeta.
Hoje, 1º de Dezembro, é o dia indicado para lembrar este personagem. Porquê?
Alguns Portugueses (sem falar nos apoiantes da Monarquia) ainda sabem que se comemora neste feriado, a Restauração da Independência Nacional em 1640. Mas o que é que isto tem a ver com um sapateiro que morreu quase 100 anos antes e que só tinha vindo a Lisboa em 1521 (muito contra sua vontade) para ser julgado e condenado pelo Tribunal da Santa Inquisição. Depois de penitenciado com uma procissão de fé até ao Terreiro do Paço, pirou-se para casa e nunca mais fez poesias ou profecias.
Tentei, mas não consigui muito bem interpretar o que ele escreveu, ou que alguém escreveu por ele, pois diz-se que não sabia ler nem escrever. No entanto, depois da Revolução de 1640 alguns intelectuais do reino mandaram imprimir e publicar as Trovas deste sapateiro, porque ele tinha feito previsões do estado da nação para os próximos 100 anos e... parece que acertou mesmo.
Bruxo?!!